O desatino narcisista de Trump
Presidente americano anunciou a construção da "Classe Trump" de navios, que farão parte de uma "frota dourada"
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), anunciou na segunda, 22, a construção de navios de guerra para a Marinha americana.
A frota receberá o nome "Classe Trump".
De acordo com o secretário da Marinha, John Phelan, os navios farão parte da "frota dourada do presidente".
O anúncio traz duas marcas do presidente republicano.
O primeiro é a mania de colocar seu nome em tudo.
O segundo é o gosto pelo ouro.
Em uma reforma no Salão Oval da Casa Branca, Trump forrou as paredes, os móveis, o forro e a lareira com enfeites dourados.
Narcisismo
Trump já exibia essa vaidade antes de ser eleito pela primeira vez, em 2016.
Seus hotéis e campos de golpe eram batizados com seu sobrenome.
Trump também vendia produtos, como meias, bifes, vinhos e gravatas com o seu sobrenome estampado.
Até aí, não há nada de errado. Um empresário privado tem todo direito de propagandear sua marca.
Mas a coisa assumiu um tom tresloucado quando Trump, em seu segundo mandato como presidente, começou a renomear instituições públicas ou inventar conceitos para colocar neles o seu sobrenome.
Entre os exemplos recentes estão Acordo de Paz de Trump, que estabeleceu a paz entre Israel e a Faixa de Gaza.
Na Estratégia de Segurança Nacional, divulgada no dia 5 de dezembro, fala-se em um "Corolário Trump", à Doutrina Monroe, de 1823.
Trump renomeou o Instituto da Paz dos Estados Unidos, um órgão sem fins lucrativos que depende do Departamento de Estado, para Donald Trump Instituto da Paz dos Estados Unidos.
Em Washington, o Kennedy Center, que já levava o nome do presidente democrata John Kennedy, também foi alterado por bajuladores de Trump para agradar o presidente.
O novo nome ficou um tanto esdrúxulo: "Donald J. Trump and the John F. Kennedy Center for the Performing Arts".
Insegurança
À primeira vista, pode-se interpretar essa excentricidade como um traço de uma personalidade forte, que sente prazer em exercitar o poder e em se impor aos demais.
Mas essa necessidade de se autoafirmar, na verdade, costuma ser fruto de uma insegurança interna.
No fundo, Trump sabe que não pode tudo e que seu reinado tem data para acabar.
Quando ele deixar a Casa Branca, os nomes voltarão a ser como antes. Aqueles que não puderem ser mudados, vão entrar para a galeria das piadas que serão feitas no futuro sobre ele.
A questão mais premente sobre a personalidade de Trump é se ele também vai querer iniciar uma guerra para chamar de sua.
Apesar de sua tendência para o isolacionismo e de sua promessa de campanha de retirar os Estados Unidos das guerras inúteis, Trump pode querer entrar para a história como um comandante em chefe determinado e poderoso.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro que se cuide.
Um salão de baile está sendo construído na Casa Branca, e poderá abrigar celebrações em um futuro próximo.
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