"COP da Verdade" de Lula virou a anti-COP
Se não se fala em acabar com as causas do aquecimento global, então não há sentido em fazer uma COP
As Conferências das Partes para o Clima da ONU, as COPs, foram criadas para que os governos se mobilizem para evitar um aumento ainda maior do aquecimento global.
A maneira de conseguir isso é combatendo as causas do aquecimento, como a eliminação de gases de efeito estufa na atmosfera pela queima dos combustíveis fósseis ou pela destruição das florestas.
Em sua trigésima edição, em Belém, a COP queimou aqueles que seriam os seus principais objetivos.
No relatório final Global Mutirão, divulgado no sábado, 22, os países não se comprometeram a ampliar suas metas de emissões.
Também não se falou em buscar um mundo sem combustíveis fósseis.
Em relação ao desmatamento, não houve um compromisso de acabar com a destruição das florestas.
Politicamente correto
Se não se fala em acabar com as causas do aquecimento global, então não há sentido em fazer uma COP.
Ou inventa-se um assunto qualquer.
A escolha recaiu sobre a pauta identitária, que buscou fazer uma relação entre indígenas, quilombolas e mulheres com o aquecimento global.
“Quando a gente fala de justiça climática, estamos também falando da saúde das mulheres, por isso temos que ter um olhar especial. Justiça climática também é falar de desigualdade e da construção das políticas públicas que podem transformar a vida das mulheres. Proteger a vida das mulheres das águas representa trazer a voz das pescadoras, marisqueiras e mulheres de diferentes territórios que tiram das águas seu sustento”, disse a primeira-dama Janja durante a COP30.
“Chegamos à COP 30 com o Brasil tendo, infelizmente, ainda muitas situações de racismo ambiental, onde as pessoas insistem em dizer que não existem. E aí até abro um parêntese aqui: quando cai uma chuva, uma tempestade, como caiu no Rio de Janeiro no início do ano passado, e esse ano, não é sentida na Zona Sul como é sentida na Baixada, por exemplo, ou como é sentido na Favela da Maré ou em qualquer outro lugar. Então, esse racismo ambiental precisa estar em pauta, para que as pessoas possam agir e cuidar do que ainda resta do nosso planeta”, afirmou a ministra de Igualdade Racial Anielle Franco.
Na anti-COP de Lula, o que importou não foi conter o aquecimento global, mas falar de qualquer outro assunto para atrair atenção sobre si próprio.
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