Jorge Messias cita Lula 54 vezes em sua tese de doutorado
Peça de propaganda do goveno petista foi defendida na Universidade de Brasília, a UnB
O advogado-geral da União, Jorge Messias (foto), foi indicado pelo presidente Lula para ocupar a vaga aberta por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A escolha vem como um prêmio atrasado após anos de bajulação de Lula.
Em sua tese de doutorado, defendida no ano passado na Universidade de Brasília, a UnB, Messias cita Lula 54 vezes ao longo de 328 páginas (sem contar a bibliografia e as notas de rodapé).
O título da tese é "O centro de governo e a AGU: estratégias de desenvolvimento do Brasil na sociedade de risco global".
É pura peça de propaganda de Lula.
Eis algumas pérolas:
"O governo Lula reagiu, de maneira firme, às apostas contra a economia nacional."
"Embora tivesse até o mês de agosto para apresentar um projeto de lei complementar com as novas regras fiscais, a equipe econômica decidiu acelerar o cronograma com vistas a reforçar o compromisso do governo Lula com a responsabilidade fiscal."
"Na área internacional, o governo Lula logrou rapidamente reestabelecer o respeito e o protagonismo brasileiro."
"Nesse contexto, a política externa de Lula, em contraste gritante com o governo anterior, colocou a questão ambiental no centro de suas preocupações, como bem mostra a realização da Cúpula da Amazônia em agosto de 2023, a ida do presidente Lula às COPs 27 e 28, além da organização, em Belém, da COP30, em 2025."
"A equipe de transição do governo Lula elaborou amplo e profundo diagnóstico sobre as políticas implementadas desde 2016, e sobretudo a partir do governo Bolsonaro. O relatório concluiu que a estratégia adotada desestruturou o processo de desenvolvimento, erodiu as políticas sociais e destruiu o arcabouço ambiental. De acordo com o documento, Temer e, sobretudo, Bolsonaro trabalharam para incrementar riscos ambientais, financeiros, sanitários, digitais e geopolíticos."
"Nesse contexto, chama a atenção o sucesso na implementação da agenda do governo ao longo de 2023. Lula conseguiu reorganizar a estrutura da administração federal, bem como obteve os recursos necessários para reestruturar as políticas sociais do primeiro ciclo de governos petistas."
"De toda forma, quando comparamos a transição 2002-2003 com a transição 2022-2023, chama a atenção o quanto Lula, em seu terceiro mandato, logrou desde o primeiro momento estruturar sua própria agenda, a despeito de apoio político mais limitado."
"O presidente Lula interrompeu tal dinâmica. Busca-se, desde 2023, encontrar acordo entre os diferentes, valoriza-se a atividade política. Lula priorizou o diálogo à bravata, e ao invés de falsas polêmicas, estabeleceu relação harmônica com os outros poderes."
"Antes de tratar do papel da AGU, porém, era necessário examinar se o governo Lula teria efetivamente um plano coeso, capaz minimamente de fomentar o desenvolvimento, bem como prevenir, reagir e mitigar crises globais. A partir da análise do Relatório de Transição, da PEC do Bolsa Família, do arcabouço fiscal, do Novo PAC e do Plano de Transição Ecológica, a resposta foi positiva."
"Parece ser mais difícil, porém, não reconhecer que o governo Lula, em que pesem os obstáculos no caminho, logrou estruturar e implementar uma nova agenda de governo."
Para Messias, adular o presidente petista vale mais que "notório saber jurídico".
Agora, seu esforço pode finalmente ser recompensado.
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