Barroso agora já pode falar o que quiser, menos nos EUA
Ministro aposentado do STF criticou ausência dos EUA na COP30 e está livre repetir o que já fazia na Corte
O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso (foto) reapareceu nesta quinta, 13, para lamentar a ausência dos Estados Unidos na COP30, em Belém.
Em entrevista à GloboNews, Barroso afirmou que, "pior do que a ausência sentida", é a "postura de negacionismo" frente à ciência.
"Evidentemente, a ausência de uma liderança global como os Estados Unidos e o país responsável pela segunda maior quantidade de emissões de dióxido de carbono no planeta, evidentemente é uma ausência sentida. E pior do que a ausência sentida, é uma postura de negacionismo em relação ao que a ciência já constatou que é um problema. E o problema da ciência é que ela é verdadeira mesmo quando você não acredita nela. Portanto, nós temos um problema que os Estados Unidos estejam fora. E eu não trato isso com desimportância, e acho que nós deveríamos continuar o trabalho de conscientização."
Livre para falar...
Agora aposentado, Barroso tem liberdade para expressar suas ideias e princípios, algo que já fazia enquanto ministro.
No STF, ele ultrapassou por várias vezes o que estabelece a Lei Orgânica da Magistratura (LOMAN), que define regras de condutas para magistrados no Brasil.
Em julho de 2023, em primeira pessoa do plural, disse contra o movimento bolsonarista. “Saio daqui com as energias renovadas pela concordância e pela discordância, porque essa é a democracia que nós conquistamos. Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas", afirmou durante o 59.º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília.
Menos nos EUA
Após a vitória de Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL), Barroso não se conteve e respondeu a um manifestante brasileiro em Nova York.
"Perdeu, mané. Não amola", disse a frase, que tornou-se até estampa de camisa.
Fora do STF, agora Barroso pode se expressar livremente, sem ser criticado por isso.
Mas com uma exceção: os Estados Unidos.
Ele foi um dos oito ministros do STF que tiveram seus vistos revogados pelo governo Trump.
Até o momento, não há indícios de que a medida será revertida.
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