Trump pede "indulto total" a Netanyahu
Em carta ao presidente Isaac Herzog, republicano defende o aliado e classifica processos como "perseguição política"
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente de Israel, Isaac Herzog, pedindo um "perdão total" ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Netanyahu enfrenta acusações de suborno, fraude e abuso de confiança em três processos.
No texto, divulgado em sua rede Truth Social, Trump destaca a liderança do primeiro-ministro na guerra contra o grupo terrorista Hamas e o Irã
"Por meio deste, peço que conceda o perdão total a Benjamin Netanyahu, que foi um primeiro-ministro formidável e decisivo em tempos de guerra e que agora está conduzindo Israel a um período de paz, o qual inclui meu trabalho contínuo com importantes líderes do Oriente Médio para adicionar muitos outros países aos Acordos de Abraão, que estão mudando o mundo. O primeiro-ministro Netanyahu defendeu Israel com firmeza diante de adversários fortes e grandes dificuldades, e sua atenção não pode ser desviada desnecessariamente", escreveu.
Trump disse respeitar o sistema judiciário israelense, mas classificou as acusações contra Netanyahu como “perseguição política e injustificada”.
"Embora eu respeite absolutamente a independência do sistema judiciário israelense e suas exigências, acredito que este caso contra Bibi, que lutou ao meu lado por muito tempo, inclusive contra o temível adversário de Israel, o Irã, é uma perseguição política e injustificada", afirma.
"É hora de permitir que Bibi se una a Israel, concedendo-lhe o perdão e pondo fim à guerra jurídica de uma vez por todas."
Indulto
De acordo com a legislação israelense, o presidente tem o poder "de conceder indulto a criminosos e reduzir ou alterar suas penas".
O Supremo Tribunal de Justiça, porém, já decidiu que o presidente pode conceder indulto antes da condenação apenas em casos de interesse público.
O indulto também precisaria ser solicitado pelo acusado ou por um parente próximo.
Presentes
Em 2020, Netanyahu começou a ser julgado e se declarou inocente em todos os casos.
O primeiro envolve presentes e brindes valiosos recebidos pelo então ministro das Comunicações e por sua esposa, Sarah, dos amigos abastados Arnon Milchan e James Packer.
Eles presentaram Netanyahu com caixas de charutos e garrafas de champanhe caros, além de joias para Sarah.
O premiê foi acusado de ter auxiliado Milchan em assuntos ligados aos interesses comerciais do amigo.
Jornal
O segundo caso trata de conversas gravadas que Netanyahu teve com Arnon “Noni” Mozes, presidente e editor do Yedioth Ahronoth, um dos maiores jornais em circulação em Israel e visto como crítico ao primeiro-ministro.
Eles debateram a possibilidade de diminuir a circulação do jornal concorrente Israel Hayom, visto como simpático a Netanyahu e pertencente a seu amigo Sheldon Adelson, em troca da contratação de jornalistas que direcionariam o Yedioth a ser mais favorável a ele.
Mozes foi acusado de tentativa de suborno.
Relação com grupo Bezeg
O terceiro caso se refere ao relacionamento do conglomerado de telecomunicações Bezeq com o seu regulador, o Ministério da Comunicações, então chefiado por Netanyahu.
A acusação envolve falsificação de documentos que teriam levado a transações comerciais de interesse do proprietário do Bezeq, Shaul Elovitch, em troca de relatórios favoráveis de Netanyahu para o Walla!, portal popular de notícias, compras on-line e outros serviços.
Netanyahu nega todas as acusações.
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