Congresso do Peru destitui Dina Boluarte por unanimidade
O chefe do Congresso, José Jerí, assume interinamente a presidência do país

O Congresso do Peru aprovou, na madrugada desta sexta-feira, 10, por unanimidade, o afastamento da presidente Dina Boluarte (foto) por "incapacidade moral permanente".
Com a destituição de Boluarte, o chefe do Congresso, José Jerí, assume interinamente a presidência do país.
"Juro por Deus, pelo meu país e por todos os peruanos que exercerei fielmente o cargo de Presidente da República, que assumo de acordo com a Constituição Política do Peru, a partir deste momento até 26 de julho de 2026", disse Jerí em seu primeiro discurso à nação.
"É hora de pedir desculpas por quaisquer erros que possam ter sido cometidos, pelos erros que cometemos. A todos os peruanos, minhas desculpas e uma promessa: a promessa de começar a construir e lançar as bases de um país que, com base na empatia, permita a reconciliação entre todos os peruanos. Precisamos lançar essas bases a partir de hoje", acrescentou.
A saída de Boluarte marca um novo episódio na crise política peruana, que teve seis presidentes em sete anos.
Ascensão e queda de Boluarte
Dina Boluarte assumiu à presidência do Peru em 7 de dezembro de 2022, após o impeachment do então presidente Pedro Castillo.
Castillo anunciou a dissolução do Congresso e convocação de novas eleições parlamentares em uma tentativa de golpe de Estado, mas terminou preso.
O pedido de afastamento de Boluarte menciona graves acusações de corrupção, incluindo o "Rolexgate".
A presidente afastada é investigada por uma coleção de relógios de luxo não declarados.
Boluarte foi alvo de uma operação de busca e apreensão e de dois pedidos de impeachment em menos de seis dias entre o final de março e início de abril de 2024.
O motivo foi a suspeita de enriquecimento ilícito, após uma reportagem jornalística mostrar indícios de um conjunto de joias avaliado em meio milhão de dólares, apesar de seu salário na Presidência beirar os 4 mil dólares ao mês.
As estrelas do conjunto seriam cerca de 15 relógios de luxo, o que levou o escândalo a ser chamado de “caso Rolex” ou "Rolexgate".
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