EUA podem fechar acordo para acessar tecnologia de drones da Ucrânia
Negociação entre Donald Trump e Ucrânia pode dar aos EUA acesso a tecnologias de drones testados em combate

O governo dos Estados Unidos negocia com a Ucrânia um acordo que pode transformar a lógica da parceria militares entre os dois países: em vez de simplesmente doar armas, os Estados Unidos querem acessar a tecnologia de drones testada em combate e de produção em massa na Ucrânia.
Segundo o Wall Street Journal, autoridades ucranianas, lideradas pelo vice-ministro da Defesa Sergiy Boyev, estão em Washington para tratar com o Pentágono e o Departamento de Estado, discutindo formas de parcerias, compras diretas ou produção nos EUA com participação ucraniana.
Esse arranjo sinaliza que a Ucrânia, reconhecida por fabricar drones baratos e eficazes com eficiência de custos estimada em 20% a 30% do preço ocidental, passaria de mera receptora de ajuda a fornecedora de capacidades de guerra aérea em uma área importante para os EUA e OTAN.
Os EUA, embora já dominem segmentos mais sofisticados de aeronaves não tripuladas, mostraram interesse na escalabilidade e comprovado desempenho dos drones ucraniano, especialmente no uso de equipamentos de baixo custo integrados ao combate híbrido.
O principal desafio deverá ser nas complicações técnicas e estratégicas, já que muitos desses drones ucranianos incorporam peças de origem chinesa, proibidas em sistemas militares dos EUA por razões de segurança na cadeia de suprimento, o que exigiria adaptações.
A confidencialidade e compatibilidade entre os ecossistemas industriais americano e ucraniano exigiriam cláusulas muito bem amarradas de controle tecnológico, royalties e repartição de propriedade intelectual.
Politicamente, o acordo faz parte do esforço ucraniano por aprofundar laços políticos e estratégicos com Trump, cujo apoio em seu enfrentamento ao ataque da Rússia oscila, e a tentativa de incorporar em um grande acordo a compras de armas de maior valor.
Essa negociação representa não só um intercâmbio comercial armamentista, mas algo que pode ser uma estrategicamente muito valioso pelo fato dos EUA reconhecerem que não basta fabricar ótimos drones com tecnologia de ponta, sendo necessário também aprender com quem adaptou tecnologias mais simples a uma guerra real.
Se o acordo for adiante, o Pentágono terá acesso direto a sistemas calibrados para a guerra moderna e, ao mesmo tempo, poderá aperfeiçoar e lucrar com a capacidade industrial ucraniana.
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