Tentaram envenenar Assad em Moscou?
Relatório do Observatório Sírio para Direitos Humano afirmou que o ditador deposto da Síria chegou a ser hospitalizado

O ditador deposto da Síria, Bashar Assad (foto), sofreu uma tentativa de assassinato por envenenamento em Moscou, onde vive asilado há dez meses.
A informação foi divulgada em um relatório do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Segundo a organização, Assad foi levado às pressas para um hospital próximo de Moscou e recebeu alta na segunda, 29.
A tentativa de envenenamento teria como objetivo, segundo a organização, “envergonhar o governo russo e acusá-lo de cumplicidade em sua morte”.
No hospital, apenas o irmão, Maher Assad, teria sido autorizado para visitá-lo.
O governo russo não comentou o caso.
Leia também: Como Assad tirou seus bens da Síria?
Fuga para a Rússia
Assad fugiu para a Rússia com a família quatro dias antes do grupo terrorista Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) tomar o governo sírio.
Desde então, a a ditadura de Vladimir Putin trata de esconder sua presença.
Nenhuma foto de Assad e sua família circula em lugar algum.
Razões humanitárias
Um comunicado oficial afirmou que Assad foi admitido por "razões humanitárias".
Uma frase como essa é praticamente dizer que a Rússia só o aceitou por compaixão. Se não fosse por isso, ele teria de escolher outro lugar para morar.
Quando jornalistas perguntaram para o porta-voz de Putin, Dimitry Peskov, se Vladimir Putin tinha concedido o asilo, Peskov tentou diminuir a importância da decisão.
"Essas decisões certamente não pdoeriam ser tomadas sem o chefe de Estado. Foi decisão dele", afirmou Peskov.
Peskov também disse que nenhuma declaração oficial foi emitida sobre o assunto. "Uma fonte forneceu essa informação para a imprensa ontem", disse ele, lacônico.
Asilo irrecusável
Moscou, por outro lado, não poderia recusar a entrada de Assad.
A família do ditador comprou 18 apartamentos de luxo em um dos principais arranha-céus de Moscou, o city of Capitals.
De acordo com uma reportagem do jornal Financial Times, de 2019, o valor foi de 40 milhões de dólares.
As compras foram feitas por meio de empresas libanesas offshore após o início da guerra civil, em 2011.
Os membros da família também transferiram milhões de dólares para bancos russos.
A fortuna da família já foi estimada em 950 milhões de libras esterlinas pelo jornal britânico Guardian. O valor equivale a 1,2 bilão de dólares. A maior parte do patrimônio estava distribuída entre Rússia, Hong Kong e paraísos fiscais.
O governo russo, portanto, tem interesse econômico no asilo de Assad.
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