Afago de Trump a Lula mexe com bolsonaristas e lulistas
Para os petistas, presidente brasileiro é genial e tem charme. Para os bolsonaristas, fala do americano não pode ser interpretada como aproximação

As frases do presidente Donald Trump (foto) sobre seu breve encontro com o presidente Lula no primeiro dia da 80ª Assembleia Geral da ONU nesta terça, 23, mexeu com bolsonaristas e lulistas no Brasil.
Lulistas
Para os lulistas, os afagos de Trump demonstram a genialidade do presidente Lula.
"O Lula fez um discurso corajoso, histórico, de um estadista. Teve coragem de falar tudo. Defendeu a soberania nacional, se posicionou contra tarifas, contra sanções. Defendeu a nossa democracia, o multilateralismo. E aí você vê o Trump diz que abraçou o Lula. Disse que gostou dele. Disse que ele gostou de mim. E marcou para a próxima semana um encontro", disse Lindbergh Farias, deputado federal e líder do PT na Câmara.
"Olha. Eu fico vendo como essa turma bolsonarista, o Eduardo Bolsonaro, como esse pessoal deve estar desesperado. Lula é genial, cara. Maior orgulho de seguir esse cara e de ser brasileiro", disse Lindbergh.
O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo Lula no Congresso, mandou esta: "Não há um cidadão neste mundo que resista ao charme de Lula".
Bolsonaristas
Para os bolsonaristas, os afagos de Trump a Lula não devem ser interpretados como uma oportunidade de negociação, como uma aproximação entre os dois países ou como uma sinalização para um abrandamento das medidas tomadas pelo governo americano.
A linha dura do governo americano com o Brasil, segundo os bolsonaristas, continua.
"O Brasil foi citado no discurso oficial do presidente dos EUA de forma negativa: pela perseguição judicial que resultou em uma das maiores tarifas já aplicadas pelo governo Trump", escreveu o deputado federal Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.
Segundo Eduardo, um eventual encontro entre Trump e Lula "seria certamente no Salão Oval".
"E Lula não terá escolha: terá de ir. Note bem, será no momento, no local e nos termos que Trump escolheu — sendo que o Itamaraty está anulado, sem poder alinhar previamente a reunião. Também é notável que ontem, o presidente americano desferiu um duro golpe no regime ao sancionar diversas altas autoridades, a esposa do maior violador de direitos humanos do Brasil. Hoje, sorriu e deu um xeque [mate] em Lula, parceiro de Moraes, obrigando-o a dialogar, deixando de lado seu hábito de vociferar contra os 'a nova cara do nazifascismo' sempre que possível. Somente alguém fora de si poderia celebrar este dia como se fosse uma vitória da esquerda, quando Trump ainda termina o assunto Brasil dizendo: 'Brasil vai mal e continuará indo mal, ele só irá bem se trabalhar conosco'", escreveu Eduardo.
O deputado também enalteceu a "genialidade" de Trump.
"Longe de causar espanto, sua postura reafirma, mais uma vez, sua genialidade como negociador", afirmou Eduardo.
O advogado Fábio Wajngarten, próximo da família Bolsonaro, disse que a posição do governo brasileiro pró-Palestina inviabilizaria uma aproximação.
"Manchetes e torcidas à parte, EUA e Israel são aliados umbilicais históricos. A posição antissemita do governo brasileiro por si só já coloca o Brasil a milhas de distância dos EUA", escreveu Wagngarten.
"Além disso, as demonstrações de alinhamento desse mesmo governo brasileiro com grupos terroristas explodem (não é ironia ) qualquer chance de 'química ótima' entre qualquer nação que seja minimamente civilizada e democrática com o Brasil atual. As memórias de 11/9 são presentes em cada cidadão americano. O patriotismo é pétreo. Bastará ao presidente Trump perguntar ao Lula sobre as dezenas de reféns que estão com o grupo terrorista Hamas que a indigestão tá posta na mesa. Essa é a moldura da foto, o resto se preenche", afirmou.
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