Dinamarca e Noruega interrompem voos após avistamentos de drones
Dinamarca e Noruega paralisam seus principais aeroportos após incursão de drones. Tensões crescem com recentes violações russas à OTAN

Na noite de segunda-feira (22 para 23 de setembro), os aeroportos de Copenhague, na Dinamarca, e Oslo, na Noruega, foram forçados a interromper todas as operações por várias horas após a detecção de drones não identificados próximos às suas pistas.
Em Copenhague, o aeroporto mais movimentado da região nórdica permaneceu fechado por cerca de quatro horas, depois que dois ou três drones grandes foram avistados, suspendendo pousos e decolagens.
Em Oslo, a interrupção durou aproximadamente três horas. Autoridades policiais e de aviação civil dos dois países mobilizaram equipes de segurança, inteligência e militares, mas ainda não confirmaram a origem ou operador dos dispositivos.
Essas interrupções ganham mais atenção por se encaixarem num padrão crescente de incursões aéreas na Europa, de drones ou aviões de guerra, da Rússia, que têm sido acusada de violar o espaço aéreo de membros da OTAN, como Estônia e Polônia, frequentemente usando como desculpa as passagens sobre águas neutras ou alegando erro de rota.
Este clima de incerteza e tensão não gera apenas alarmismo, mas também reforça a necessidade desses países reforçarem suas capacidades de detecção, resposta e dissuasão.
O governo da Dinamarca classificou o incidente em Copenhague como a ameaça mais séria já registrada contra infraestrutura crítica nacional.
Ainda assim, não há confirmação independente de que a Rússia esteja por trás dessas incursões noturnas. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sugeriu envolvimento russo. Moscou negou.
Esses episódios mostram o que muitos consideram ser um cenário híbrido que a OTAN enfrenta hoje, em que os limites entre espionagem, sabotagem, provocação militar ou demonstração de força se torna cada vez mais misturados e difíceis de se delinear.
As operações com drones, pela sua crescente autonomia, baixo custo de operação e relativa dificuldade de interceptação, acabam sendo uma ferramenta útil para testar limites do espaço aéreo, sondar prontidão e reação, e gerar impacto, não só no transporte ou na aviação civil, mas também político e estratégico de um país vizinho.
Esse tipo de ação vem acelerando o movimento de cooperação entre os países afetados, todos eles até agora integrantes da OTAN, para dissuadir e mitigar riscos de novas incursões e para estabelecer parâmetros mais claros para a adoção de medidas mais drásticas, como derrubada de aviões.
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