Agora, ninguém votou a favor da PEC da Blindagem
Após reação da sociedade, deputados que votaram para blindar a si próprios saíram tentando mudar o passado ou dando desculpas esfarrapadas

Após intensa reação da sociedade brasileira à aprovação da PEC da Blindagem na Câmara na noite da terça, 16, alguns deputados que votaram a favor da proposta saíram a público para tentar dizer que não foi bem assim.
O deputado federal Mauro Benevides Filho, do PDT do Ceará, divulgou no X a seguinte mensagem:
"Neste link, vocês poderão ver que votei NÃO à emenda da PEC da Blindagem, que por meio de uma manobra da extrema direita e do Centrão, impede a abertura de investigação policial contra parlamentares sem a anuência do Congresso Nacional"
O link, contudo, leva à página que traz o resultado da votação da emenda aglutinativa, em que o deputado votou "não" para a proposta em que os parlamentares poderiam votar, de maneira secreta, se seus colegas poderiam ou não ser investigados.
Mas Mauro Benevides votou "sim" à Proposta de Emenda Constitucional que blinda os deputados e senadores de investigações diversas, como mostra este outro link.
A artimanha do deputado foi falar que votou "não" à emenda da PEC da Blindagem, referindo-se à emenda aglutinativa, e não à PEC em si.
Sylvye Alves
A deputada federal Silvye Alves (União-GO) pediu desculpas aos seus eleitores por ter votado a favor da chamada PEC da blindagem e disse que sofreu pressão de “pessoas influentes do Congresso” para votar a favor.
Teriam dito que ela sofreria retaliações se fosse contra. Ela se manifestou por meio de um vídeo publicado no Instagram na quinta-feira, 18, após críticas nas redes sociais pelo voto favorável, e chegou a anunciar que deixará o União Brasil.
Silvye votou a favor da Proposta de Emenda à Constituição nos dois turnos de votação. Além disso, na quarta-feira, 17, votou para reintroduzir no texto a previsão de votação secreta para decidir sobre a liberação para que congressistas sejam processados criminalmente.
Pedro Campos
O deputado federal Pedro Campos, do PSB, irmão do prefeito do Recife, João Campos, também se enrolou ao pedir desculpas aos seus eleitores.
"Decidimos votar pelo adiamento da discussão, para ganhar tempo, e também contra o voto secreto e contra o foro privilegiado para presidentes nacionais de partidos. Nos demais pontos, a bancada votou dividida. Eu, junto com a maioria, votamos a favor numa tentativa de manter abertas as pontes para que fosse derrubada a anistia, e a pauta do governo e do povo brasileiro avançasse nessa Casa", disse Pedro Campos.
"Tenho a humildade em reconhecer que não escolhemos o melhor caminho e saímos derrotados", afirmou.
Assista ao Papo Antagonista:
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