Conib se manifesta contra ataques antissemitas a Luiz Fux
"Pode-se concordar ou não com as suas decisões no STF, mas atacá-lo por sua religião é crime", diz Confederação

A Confederação Israelita Brasileira (Conib) divulgou uma nota nesta sexta, 12, demonstrando preocupação com os ataques antissemitas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux.
"A Conib considera alarmante a explosão de ataques antissemitas contra o ministro Luiz Fux. Pode-se concordar ou não com as suas decisões no STF, mas atacá-lo por sua religião é crime segundo a legislação do nosso país. Ataques contra a comunidade judaica brasileira cresceram em 350% desde 2022. A luta contra o antissemitismo e os discursos de ódio é uma só luta, e uma luta de todos", diz a Conib.
Fux é o primeiro judeu a assumir vaga no STF.
Ele provém de uma família exilada da Segunda Guerra Mundial.
Seu avô materno exercia função de juiz arbitral na coletividade e o pai, Mendel Wolf Fux, era imigrante romeno naturalizado brasileiro e advogado da área de contencioso cível.
Os ataques a Fux começaram nas redes sociais ainda durante o seu voto, que durou doze horas.
Na quarta, 10, o deputado federal Eduardo Bolsonaro fez uma seleção de mensagens antissemitas publicadas nas redes sociais vinculando o voto de Fux à sua religião.
Antissemitismo
Em julho deste ano, o Brasil deixou a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), criada para promover a educação e a pesquisa sobre o Holocausto e aperfeiçoar políticas de enfrentamento ao antissemitismo.
No mês seguinte, o assessor especial de Lula (PT) para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, tentou justificar a decisão.
Segundo o chefe do Itamaraty paralelo, o governo brasileiro se sentia manipulado pela aliança.
"O problema é que digamos, como você de alguma maneira aludiu [referindo-se ao jornalista Pedro Doria, autor da pergunta] é que havia uma manipulação do conceito de antissemitismo de uma maneira totalmente inaceitável", afirmou Amorim ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
"Ninguém nega o Holocausto no Brasil, pelo contrário. Eu vi o presidente Lula chamando atenção do presidente do Irã. Você não pode negar um fato histórico. Isso é um fato histórico. Se você acha que os muçulmanos também estão sendo mortos ou que os palestinos... é outra questão. Então nós nunca negamos isso", acrescentou.
Leia em Crusoé: Confusão entre Estado de Israel e judeus expõe brasileiros
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