"Justiça ou inquisição", questiona Zema
Pré-candidato à presidência, governador mineiro prometeu "acabar com abusos" de Moraes e conceder indulto a Bolsonaro

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) "acirra a divisão do país".
"Justiça ou Inquisição? A condenação de Bolsonaro pela Primeira Turma do STF acirra a divisão do país, e não é disso que precisamos", publicou em sua conta no X.
Zema participou da última manifestação bolsonarista, realizada no último domingo, 7 de setembro, mas não chegou a discursar no ato.
Durante o evento, ele viu o pastor Silas Malafaia criticar a existência de candidaturas alternativas a Bolsonaro dentro do campo da chamada "direita".
“Que história é essa de dizer que A, B ou C é candidato da direita. Calem a boca. Nenhum filho de Bolsonaro nem ninguém da direita tem que dizer se Bolsonaro não for candidato, eu estou aqui. Isso é imaturidade política.”
Pré-candidato pelo Novo
O partido Novo oficializou, em 16 de agosto, o nome de Zema como pré-candidato à eleição presidencial de 2026.
Em evento realizado em São Paulo, o governador criticou os "abusos e perseguições" promovidos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
"E é com esse Brasil bravo, é com ele que nós vamos chegar na Brasília. Vamos chegar à Brasília para varrer o PT do mapa. Vamos chegar à Brasília para acabar com os abusos e perseguições do Alexandre de Moraes. Nós vamos chegar à Brasília para libertar o Brasil.
Essas próximas eleições vão decidir o nosso futuro e nós vamos ter de acertar as contas com os três maiores inimigos desse país: o lulismo, os parasitas do Estado e as facções criminosas", disse.
Indulto?
Antes da condenação de Bolsonaro, Zema afirmou, em entrevista à Folha, que concederia indulto ao ex-presidente, caso fosse eleito.
A conversa ocorreu em junho.
Leia o diálogo:
"Não foi concedido indulto a assassinos, a sequestradores aqui… Durante o que eles chamam de ditadura? Não é? Então, agora você não vai conceder…”, disse Zema.
O repórter interrompe o comentário do político e pergunta se o governador tem convicção de que houve uma ditadura no Brasil.
"Não sei, eu não sou historiador. Nunca me aprofundei”, respondeu Zema.
O mesmo jornalista volta a perguntar a Zema: “Você tem dúvida de que teve ditadura?”
“Acho que não”, disse o governador, de maneira confusa.
Os dois repórteres questionam novamente.
“Acha que não foi ou tem dúvida?”, indagam o político.
Zema tenta contornar a resposta:
“Então, mas é… se tiveram sequestradores, assassinos, etc, que tiveram anistia, não foi… então, eu acho que nós devemos olhar para o futuro. Na minha opinião, quando você está fazendo política e só procurando atacar, diminuir seus adversários, eu acho que essa política prejudica muito o andamento da gestão”, disse.
O governador é questionado mais uma vez se reconhece ou não a existência de um período de ditadura militar e disse:
“Acho que é tudo questão de interpretação, Fábio [jornalista]. Acho que aí…”
A repórter interrompe o político e insiste: “Mas qual a sua interpretação. Houve ou não ditadura?”
Zema encerra o assunto:
“Eu prefiro não responder. Porque acho que há interpretações distintas, não é, e houve terroristas naquela época, houve também. Então fica aí… Acho que os historiadores é que tem de debater isso. Eu preciso preocupar, hoje, eu acho que é com Minas Gerais…”
Na última pergunta sobre o tema, o jornalista indaga a Zema se ele daria indulto a Bolsonaro:
“Sim. Daria sim”, confirma o governador.
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Comentários (2)
Neuman Maria Rezende Lima
2025-09-12 18:44:30Essa concepção , aliás nem é concepção, é dúvida simplesmente sobre fatos, é bem decepcionante por parte de Zema
Joaquim Arino Durán
2025-09-12 16:55:02Se para ele de 64 a 84 não houve ditadura, muito menos agora há inquisição.