EUA e Venezuela: tensão militar preocupa o Brasil
A movimentação de forças militares americanas próximas à costa da Venezuela provocou preocupação no governo brasileiro

A movimentação de forças militares dos Estados Unidos próximas à costa da Venezuela provocou preocupação no governo brasileiro revela. Três navios de guerra, aeronaves de vigilância, submarinos e cerca de 4 mil militares teriam deslocados para a região, oficialmente para combater o narcotráfico e capturar líderes do Cartel de los Soles.
No governo, a avaliação é de que a operação poderia gerar instabilidade regional e criar um precedente de intervenção que contraria princípios defendidos historicamente pelo Brasil.
O assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, reiterou a defesa da soberania do país vizinho e da não intervenção como bases da política externa.
"A não intervenção é fundamental, um princípio basilar da política externa brasileira. Uma coisa histórica.", declarou Amorim na comissão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20).
Segundo ele, a proximidade geográfica exige prudência e manutenção de canais diplomáticos para evitar que o país seja envolvido em disputas estratégicas externas.
O movimento dos EUA também provocou reações em outros países da região. Outros países, como o México, expressaram reservas, alertando para riscos de desestabilização política e econômica.
Há o temor de que uma eventual escalada militar possa ampliar fluxos migratórios e gerar impactos econômicos imediatos, afetando diretamente o Brasil e demais vizinhos fronteiriços.
O cenário impõe ao Brasil um equilíbrio delicado. Há a necessidade de equilibrar a manutenção das relações estratégicas já fragilizadas com Washington com a importância de manter diálogo com Caracas e sustentar a imagem de mediador confiável. Essa postura aposta nos esforços diplomáticos, sem afastar a cooperação regional.
Embora o governo americano insista que a operação é estritamente voltada ao combate ao narcotráfico, o histórico de intervenções dos EUA na América Latina levanta desconfiança do governo brasileiro.
Qualquer envolvimento militar direto na Venezuela poderia ter consequências imprevisíveis para a segurança de todo o continente.
Com isso, o Brasil tenta manter uma posição de neutralidade ativa, acompanhando de perto a movimentação, apostando no compromisso com a Carta da ONU e defendendo soluções negociadas no âmbito regional e multilateral para conter riscos de escalada e preservar a estabilidade política no entorno sul-americano.
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Comentários (1)
HUMBERTO CARLOS PEREIRA LEITE
2025-08-21 17:19:56Que ótimo! Finalmente alguém pode ajudar a tirar o Narcotraficante-Terrorista Maduro do poder. Se ele permanecer no poder haverá desprezo ao princípio da autodeterminação dos povos e valorização do princípio da 'autodeterminação de dirigentes políticos', que sabem que a população local não os quer no poder.