Tensão nuclear: compare as marinhas de Trump e Putin
Trump mostra superioridade com seus submarinos, mas a marinha russa, mesmo que limitada e envelhecida, representa uma ameaça real

A ordem de Donald Trump para reposicionar dois submarinos nucleares americanos em regiões próximas à Russia, dada hoje, em 1º de agosto, foi uma resposta direta a declarações provocativas do ex-presidente russo Dmitry Medvedev e elevou a temperatura da rivalidade militar entre os dois países.
Naturalmente ela evocou a pergunta: como se comparam as marinhas dessas duas potências?
Com dados disponíveis em sites especializados em temas militares, do governo americano e do Wikipédia, a Marinha dos Estados Unidos surge com números mais interessantes: são 287 embarcações de guerra na ativa.
Destes, 67 são submarinos, todos equipados com propulsão nuclear, e 11 porta-aviões, incluindo os modernos da classe Gerald R. Ford, também nucleares.
A propulsão nuclear permite operação por muito mais tempo sem a necessidade de reabastecimento de combustível, ou, no caso dos submarinos, de subir à superfície.
A frota americana também inclui 71 contratorpedeiros da classe Arleigh Burke e cerca de 22 cruzadores da classe Ticonderoga, equipados com mísseis Tomahawk e sistemas Aegis, voltados à defesa aérea e antimísseis.
Dentre os submarinos, os da classe Virginia se destacam pela furtividade e capacidade de combate antissubmarino.
Já os 14 submarinos da classe Ohio compõem o braço submarino da dissuasão nuclear dos EUA, com mísseis balísticos intercontinentais Trident II, de ogivas nucleares.
Essa estrutura dá aos EUA uma capacidade real de projeção de força em todo o planeta, especialmente em áreas como o Indo-Pacífico e o Atlântico. Porém, sua marinha é menos voltada a operações costeiras e litorâneas.
A Marinha russa conta com menos recursos financeiros e portanto, um pouco mais enxuta com cerca de 218 embarcações, mas segue uma lógica diferente, sendo mais voltada à defesa regional.
Sua frota inclui 58 submarinos, 34 deles com propulsão nuclear e, dentre esses, 12 são equipados com mísseis balísticos com ogivas nucleares. A Rússia ainda opera outros 25 submarinos convencionais da classe Kilo, silenciosos e eficazes em áreas costeiras.
Em termos de navios, inclui 68 corvetas de pequeno porte, além de fragatas, contratorpedeiros, navios de desembarque, lanchas de patrulha e apenas um porta-aviões — o Almirante Kuznetsov, fora de serviço há anos e perigando virar sucata.
Como vemos, enquanto os EUA mantêm uma clara vantagem em alcance, integração de sistemas e poder de dissuasão global, a Rússia aposta em mísseis de alta velocidade e táticas assimétricas.
Trump pode até exibir superioridade com seus submarinos e porta-aviões, mas a marinha russa, mesmo que limitada e envelhecida, ainda representa uma ameaça bem real.
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