Poupado por Moraes, Eduardo segue com suas articulações
Jair Bolsonaro foi silenciado pelo STF, mas deputado federal licenciado não foi alvo de medidas cautelares

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de impor medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro poupou o filho Eduardo (foto), que está nos Estados Unidos.
A seletividade de Moraes chamou a atenção do procurador de Justiça Rodrigo Chemim, professor de processo penal.
"Embora ela (a decisão) descreva de forma detalhada a atuação de Eduardo Bolsonaro, que estaria inclusive fora do país e envolvido diretamente nas articulações internacionais, nenhuma medida cautelar foi imposta contra ele", escreveu Chemim no X.
"O fato de ele estar fora do país não impede a adoção de medidas no plano interno."
Para Chemim, por uma questão de coerência, Eduardo Bolsonaro deveria ter recebido o mesmo tratamento de seu pai na decisão de Moraes.
Apesar de o mandato de deputado federal lhe conferir algumas garantias, como a imunidade, Eduardo estava licenciado do cargo.
"Considerando que ele está fora do país e se licenciou do cargo, poderia ser tomada até mesmo a decretação de prisão preventiva contra Eduardo. O efeito prático, por enquanto, seria nenhum. Mas ficaria a decisão tomada no plano interno e ela seria comunicada à Interpol", afirma Chemim.
"Se a finalidade das medidas é proteger a integridade do processo penal, não há justificativa plausível para a assimetria entre os dois agentes, Jair Bolsonaro e Eduardo, indicados como protagonistas dos mesmos atos."
A licença de 122 dias solicitada por Eduardo acabou no domingo, 20. Como o Congresso está em recesso, suas faltas só começarão a ser contabilizadas em agosto.
Impeachment de Moraes
A decisão do ministro do STF se mostrou eficiente em controlar Jair Bolsonaro, que submergiu no final de semana.
Enquanto isso, Eduardo tem seguido com seu intento de pressionar o STF desde os Estados Unidos.
No domingo, 20, ele mandou um recado "humilde" aos "empresários, industrialistas e produtores rurais".
"Cobrem seus senadores para que apoiem o impeachment de Alexandre de Moraes. E cobrem todos os parlamentares para que aprovem uma anistia irrestrita, geral e abrangente", escreveu Eduardo.
"Só assim nos livraremos do problema. Só assim o Brasil deixará de ser tratado como uma nova Venezuela. Só assim poderemos retomar o caminho da legalidade, da confiança e da normalidade democrática. Salvem o Brasil. Defendam a liberdade. Defendam a democracia. Reajam e coloquem um basta na ditadura de Alexandre de Moraes", afirmou o filho de Jair Bolsonaro.
"Não haverá recuo"
Em uma entrevista que deu na noite de domingo, 20, Eduardo afirmou: "É para ser radical, mesmo. Eu quero o certo, eu não quero o meio-termo. O certo é 100% oposto do errado. Por que eu vou querer o meio-termo?".
"Eu estou disposto a ir até as últimas consequências. É para entender que não haverá recuo."
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