"Precedente perigoso", diz Moro sobre restrições impostas a Bolsonaro
Além do uso de tornozeleira eletrônica, Moraes proibiu Bolsonaro de se comunicar com o filho Eduardo e de usar as redes sociais

O senador Sergio Moro (União-PR) afirmou nesta sexta-feira, 18, que as medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao ex-presidente Jair Bolsonaro, abrem "um precedente perigoso" para qualquer acusado.
"Lula nunca sofreu restrições em sua liberdade de se comunicar ou de se manifestar publicamente antes do seu julgamento. É um precedente perigoso fazer isso com o ex-Presidente Bolsonaro ou contra qualquer acusado. Ressalvo que sou absolutamente contrário as tarifas impostas ao Brasil por serem injustas e arbitrárias", escreveu o ex-juiz da Lava Jato no X.
Para o ex-procurador Deltan Dallagnol, a decisão de Moraes é "censura pura e simples".
"Durante a Lava Jato, Lula nunca foi impedido de usar redes sociais, dar entrevistas e se comunicar com quem quisesse, falar o que quisesse, e denunciar o processo para quem ele quisesse. Nem depois de condenado, preso e cumprindo pena na Polícia Federal em Curitiba, Lula foi impedido de usar redes sociais e dar entrevistas. Mas hoje, Moraes impede Jair Bolsonaro de usar redes sociais, tolhindo (sic) sua liberdade de expressão presente e futura. Censura pura e simples, mas Barroso jurou em sua cartinha para Trump que no Brasil não tem censura e que o STF respeita a liberdade de expressão", escreveu o ex-procurador da Lava Jato no X.
A decisão de Moraes sobre Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da PF e, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, ele está proibido de manter contato com o filho Eduardo Bolsonaro e de usar as redes sociais.
Moraes também proibiu que o ex-presidente deixe a residência entre 19h e 7h e mantenha contato com embaixadores ou diplomatas estrangeiros.
O magistrado também determinou o uso de tornozeleira eletrônica para o ex-presidente.
Na decisão do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente é acusado do crime de obstrução de Justiça.
“A conduta do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO, em tese, caracterizadora dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania, é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/7/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, CONDICIONANDO O FIM DA ‘TAXAÇÃO/SANÇÃO’ À SUA PRÓPRIA ANISTIA”, disse o magistrado.
O ministro cita na decisão declarações públicas, publicações em redes sociais e até apoio do ex-presidente americano, Donald Trump como evidência de uma campanha coordenada para pressionar o Judiciário brasileiro.
Leia também: “Suprema humilhação”, diz Jair Bolsonaro sobre uso de tornozeleira eletrônica
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Comentários (2)
Joaquim Arino Durán
2025-07-18 17:19:19Bolsonaro, não é "qualquer acusado". Assim como não age como qualquer réu. No período da Lava-jato, os envolvidos não eram criminosos comuns, e era até compreensível a proximidade da promotoria com o juiz...
Eliane ☆
2025-07-18 15:37:31Meu sonho é ter o Sergio Moro como Presidente da República. Ele sim, vai representar os cidadãos honestos.