Acordo com o Vietnã: Trump luta contra a influência da China na região
O Vietnã tem sido percebido como beneficiário das tensões comerciais entre os EUA e a China

O Vietnã, conhecido por sua forte posição como exportador global, chegou a um entendimento com o governo dos Estados Unidos que resultará na imposição de tarifas de 20% sobre seus produtos exportados.
Recentemente, a administração do presidente Donald Trump havia anunciado um aumento significativo nas tarifas para diversos parceiros comerciais, impactando severamente o Vietnã, que enfrentou uma tarifa proposta de 46%.
China, Lesoto e o Camboja, vizinho do Vietnã, sofreram penalizações ainda mais severas.
Na quarta-feira, 2 de julho, porém, Trump utilizou sua plataforma de mídia social, Truth Social, para informar que um acordo havia sido alcançado com o Vietnã.
Com isso, o país se torna um dos primeiros na região do Sudeste Asiático a concretizar um dos acordos desejados pela administração Trump.
A importância dessa negociação foi destacada por representantes do governo vietnamita. Indústrias locais, que vão desde têxteis até pescados, expressaram alívio com a nova taxa.
Embora as tarifas de 20% sejam superiores às anteriores, são consideravelmente mais baixas do que os 46% inicialmente propostos.
As ações de empresas como a Nike, que possuem fábricas no Vietnã, tiveram uma valorização significativa após o anúncio.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino das exportações vietnamitas, absorvendo cerca de 30% do total.
O Vietnã se tornou um centro de produção global nos últimos anos, expandindo seu portfólio além de vestuário e calçados para incluir eletrônicos como smartphones e laptops montados no país.
De acordo com reportagens da "Nikkei Asia", é possível que os negociadores vietnamitas tenham oferecido favores pessoais ao presidente Trump para facilitar o acordo.
As aprovações para um projeto imobiliário e campo de golfe da Trump Organization no Vietnã, avaliado em US$ 1,5 bilhão e cujo início das obras ocorreu em maio, foram aceleradas. Além disso, Eric Trump teria visitado Ho Chi Minh City em busca de um local para um novo Trump Tower.
China
Este acordo é particularmente notável considerando a relação do Vietnã com a China, seu segundo maior parceiro comercial.
O país importa uma quantidade significativa de produtos da China e já houve acusações nos Estados Unidos de que o Vietnã estaria utilizando-se da estrutura comercial para evitar tarifas sobre produtos chineses.
A prática de "transshipping", onde produtos chineses são minimamente alterados antes de serem reexportados como "fabricados no Vietnã", está sob análise.
No intuito de combater essa prática, Trump anunciou que produtos associados ao "transshipping" estarão sujeitos a tarifas de 40%. Os detalhes exatos sobre como isso será implementado ainda não foram revelados pela administração vietnamita.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)