Haddad usa Bolsonaro em sessão pública de bajulação a Lula
"O senhor nunca pediu um favor, nunca pediu anistia, nunca pediu perdão, nunca pediu nada disso", discursou o ministro da Fazenda

Acuado pelo rombo fiscal que o governo prepara para o próximo presidente da República, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (ao centro na foto), desviou do assunto da cerimônia do Plano Safra para a Agricultura Familiar no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, 30, para promover uma sessão pública de bajulação a Lula (à esquerda na foto), na qual usou o ex-presidente Jair Bolsonaro para exaltar o chefe.
"Eu vou me permitir, presidente, falar um pouquinho sobre um outro assunto", disse o ministro após elogiar o plano do governo e festejar os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, responsáveis pelo projeto.
"Eu acordei pela manhã, de hoje... Eu, como ministro da Fazenda, não posso deixar de mencionar o ataque que o senhor sofreu do seu antecessor nas redes sociais, [antecessor] que talvez tenha acordado chateado pelo fracasso do evento na Paulista ontem e resolveu lhe atacar", discursou Haddad, para os aplausos da platéia.
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"Ele é muito diferente do senhor"
"Ele é muito diferente do senhor, como o senhor sabe. O senhor amargou poucas e boas nesse país. E eu, quando visitava o senhor, como seu advogado, o senhor nunca pediu, nunca pediu para qualquer de nós, petistas, nem mesmo eu, que representei o senhor em 2018, o senhor nunca pediu um favor, nunca pediu anistia, nunca pediu perdão, nunca pediu nada disso", seguiu o ministro, acrescentando:
"O senhor teve a dignidade de falar para todos nós, que tínhamos o privilégio de ter acesso ao senhor, pedir justiça, pedir para ser julgado com base nas provas que tinham sido apresentadas. Esse nem foi julgado ainda e já está pedindo perdão, já está pedindo anistia, já está correndo, como sempre corre do debate", disse Haddad, que disse estar "esperando esse homem para fazer um debate com ele e ele está sempre fugindo do debate, se esconde nas redes sociais e hoje veio mais uma vez fazer uma coisa que raramente ele faz, que é mentir".
"Todo dia ele aparece com uma mentira nova. Hoje, ele está acusando o senhor de cortar benefícios sociais, de cortar BPC, de cortar não sei o quê. O senhor é o responsável pelo maior incremento de investimento em programas sociais da história do Brasil. O senhor é reconhecido no mundo inteiro por ter criado os programas mais exitosos da nossa história, que servem de referência no mundo inteiro. O senhor herdou desse senhor 33 milhões de pessoas passando fome e, em 2 anos e meio, reduziu a menos de um quarto essa população, que ainda nós vamos atender, e acabar com a fome pela segunda vez na história do Brasil até o final do seu mandato. Com a ajuda desses grandes ministros", disse Haddad, traçando, na sequência, um quadro de bem-estar no país que não se reflete nas pesquisas de opinião sobre o governo Lula.
"Andar de cima"
"E fica com esse papo agora, o Bolsonaro, de falar de aumento de imposto", reclamou o ministro, seguindo:
"Deixa eu falar para vocês: qual é o aumento mais cruel de imposto que um presidente pode fazer? Ele ficou os quatro anos, mais os três anteriores, sem ajustar a tabela do imposto de renda. Sabe o que isso significa? Que um trabalhadores, que teve um aumento apenas pela inflação, se ele passar a faixa de isenção, ele passa a pagar imposto de renda, ganhando a mesma coisa, simplesmente por congelar a tabela de isenção, como ele fez por quatro anos."
Na sequência, Haddad falou em "fechar todas as brechas" para o "andar de cima passar a pagar" impostos, ao combater os 'jabutis" que aparecem em projetos de lei para beneficiar alguns setores ou empresários. É o discurso do governo Lula para tentar conseguir mais dinheiro e sustentar a própria gastança.
Sem conseguir apresentar um projeto para o Brasil e gastando muito mais do que deviam, os lulistas apontam o dedo para Bolsonaro na esperança de desviar a atenção das próprias limitações, que levam o país rumo ao colapso fiscal.
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