Israel não podia pagar para ver
A bomba-relógio iraniana já tinha sido ligada. Não havia alternativa a não ser tentar impedir sua explosão

Israel lançou um ataque preventivo ao Irã na noite desta quinta, 12, porque não havia outra alternativa.
Era uma questão de tempo para a teocracia iraniana completar a sua primeira bomba nuclear.
Nos últimos relatórios de inteligência, esse período seria de apenas uma semana. Bastava uma decisão do líder-supremo Ali Khamenei (foto) para que a linha de produção fosse concluída.
Claro, ainda seria preciso miniaturizar a ogiva e colocá-la na ponta de um míssil balístico, o que tomaria ainda mais algum tempo.
De qualquer maneira, os israelenses e seus líderes, de diversos partidos, já tinham entendido que uma ação militar seria necessária para interromper a produção da bomba nuclear.
Ninguém tinha dúvidas de que esse artefato seria lançado contra Israel.
Netanyahu e Trump
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente americano Donald Trump deram declarações duras contra o Irã.
Mas atribuir os ataques israelenses ao Irã a esses dois chefes de governo unicamente é ignorar o da ameaça iraniana, que em algum momento exigiria uma ação militar.
A ação israelense aconteceria de uma forma ou de outra, mesmo que outros líderes estivessem no poder em Jerusalém ou Washington.
Yair Lapid, líder da oposição em Israel, disse durante a noite de quinta, 12, que o ataque foi uma necessidade inevitável.
A oposição deu apoio total aos objetivos da operação.
Cálculo iraniano
Não pode haver dúvidas de que o Irã buscava uma bomba nuclear.
O Irã sempre alegou que o enriquecimento de urânio era para fins pacíficos. Mas, para produzir energia, o Irã só precisaria enriquecer urânio a 5%.
No início deste ano, o país já tinha 6 toneladas de urânio enriquecido em diferentes estágios, chegando ao grau de 60%.
Para uma bomba, é preciso alcançar os 90%.
O fato de as instalações nucleares iranianas serem subterrâneas também já revelam seu intento.
Como escreveu Ricardo Kertzman em O Antagonista: "Instalações nucleares escondidas sob montanhas e blindadas contra mísseis não são reatores para geração de energia limpa – são bunkers de guerra!".
Plano para destruir Israel
As Forças de Defesa de Israel também divulgaram um plano do regime iraniano com o objetivo de eliminar o estado de Israel.
Além das bombas, a estratégia envolvia a fabricação em massa de armamentos balísticos e drones com capacidade de atingir o território israelense.
Ao mesmo tempo, terroristas do Hamas, Hezbollah, Houthis e milícias iraquianas iniciariam invasões terrestres.
Uma ação desse tipo obviamente geraria uma guerra regional, colocando
Mas vale lembrar que o Irã, desde a Revolução Islâmica de 1979, não é um ator racional.
É a religião, ou melhor o fundamentalismo religioso, que orienta as decisões.
Os xiitas hoje no poder acreditam na vinda do 12º Imã Muhammad al-Mahdi (o Messias), que chegaria no final dos tempos para estabelecer um governo justo e islâmico.
São pessoas que não temem o apocalipse. Ao contrário, querem que isso aconteça.
A bomba-relógio iraniana já tinha sido ligada.
Não havia alternativa a não ser impedir sua explosão.
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Comentários (2)
Clayton De Souza pontes
2025-06-13 23:30:23Israel não tem alternativa a não ser se defender. Deixar esses bunkers atômicos prosperarem seria uma temeridade
mario de faria gomes
2025-06-13 11:48:03Acho a matéria esclarecedora e concordo como que o Duda escreveu. O ocidente tem que olhar com mais objetividade o futuro sombrio que nos aguarda se não buscar uma solução contra a união das autocracias com o objetivo comum de se armar para guerra com trocas de tecnologias. É a busca de soluções ao regime através da submissão de outras nações pela guerra.