Em qual das duas categorias está Barroso?
"No Brasil, existem atualmente duas grandes categorias de pessoas, as que fazem alguma coisa e as que têm razão"

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu-se nesta terça, 27, das críticas que recebeu por ter participado de uma festa com o presidente do aplicativo de entregas de comida iFood, Diego Barreto.
"Na última quinta-feira, nós realizamos em São Paulo um jantar para a obtenção de recursos para o nosso programa de bolsas. Nós pretendemos dar 100 bolsas de 3 mil reais por 2 anos para os 100 primeiros colocados negros no Exame Nacional de Magistratura. É um programa do Conselho Nacional de Justiça", disse Barroso, que também é presidente do CNJ.
"Nós só havíamos arrecadado metade do que pretendíamos e, portanto, com a ajuda da procuradora-geral do Estado, de São Paulo, Inês Coimbra, fizemos um jantar para arrecadação de fundos com empresários em São Paulo, porque estamos utilizando dinheiro privado para este fim que é administrado pela Fundação Getúlio Vargas. No Brasil existem atualmente duas grandes categorias de pessoas, as que fazem alguma coisa e as que têm razão. Portanto, a gente tem que continuar fazendo e deixar parado as que têm razão, que precisam vender jornal falando bobagem", disse Barroso.
"O meu comentário indignado é que a gente fez um jantar para arrecadar fundos para o programa e a matéria disse que eu me reuni com empresários a pretexto de arrecadar fundos. Então, tá bom."
Não cola a desculpa de Barroso de que ele se reuniu com empresários para arrecadar fundos privados para uma boa causa.
Não importa se a causa é boa ou ruim, até porque não há ninguém que possa dizer, com total imparcialidade, qual causa vale ou não a pena.
O ponto principal é que não cabe a um ministro do STF, ainda mais o presidente da Corte, imiscuir-se com empresários.
E, quando os empresários que estão abrindo a carteira têm interesses em ações que estão sendo julgadas pelo STF, o risco de isso influenciar os julgamentos dos ministros aumenta exponencialmente.
Arroz de festa
Barroso não vê problema nessa mistura de interesses, tanto que participa alegremente de vários com políticos e empresários interessados em julgamentos no Supremo.
Em 2023, ele participou de uma festa promovida pela Associação dos Magistrados do Brasil, AMB, para celebrar sua posse como presidente do STF.
A AMB é uma entidade privada, que enviou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade pedindo que o STF analisasse o inciso VII do artigo 144 do Código de Processo Civil.
O trecho afirmava que há impedimento do juiz no processo "em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório”.
O STF decidiu que o trecho era inconstitucional, o que beneficiou os lobistas parentes de juízes.
Este ano, Barroso cantou ao lado do presidente do partido Republicanos, Marcos Pereira.
Como qualquer político com foro privilegiado, Pereira tem interesse em manter boas relações com o STF, que julga casos penais.
Se, como disse Barroso, existem duas categorias de pessoas, "as que fazem alguma coisa e as que têm razão", o ministro seguramente não está no segundo grupo.
Ele está no grupo das pessoas que fazem coisas. Erradas.
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Comentários (2)
Joaquim Arino Durán
2025-05-28 09:32:28Esse ser repugnante a ocupar a presidência do Supremo, luta com todas as armas para derrubar o direito adquirido dos aposentados no próprio STF em 01/12/2022. Para subtrair a conquista da Revisão da Vida Toda, aproveita a nova composição da corte e utiliza de meios ilegais e imorais para reverter a decisão contrária ao INSS.
MARCOS
2025-05-27 19:52:47TODOS OS EMPRESÁRIOS TÊM INTERESSES JUDICIAIS E VÃO ÀS COMPRAS.