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    Diários

    Como a hegemonia progressista redefiniu "extremismo"

    Em um sistema dominado por elites liberal-progressitas e identitárias, o rótulo de “extremismo” passou a depender da avaliação da motivação ideológica

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    Alexandre Borges
    5 minutos de leitura 27.05.2025 11:40 comentários 0
    Foto: IA por Alexandre Borges
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    Dois homicídios recentes nos Estados Unidos, ambos cometidos por militantes radicais de esquerda, ilustram um fenômeno já consolidado: o julgamento do extremismo se tornou seletivo.

    Tudo depende da alegada filiação ideológica do autor. Se é de direita, o ato é enquadrado como "ameaça à democracia" e "extremista".

    Se é de esquerda, é "produto de frustração legítima", "caso isolado" ou "luta contra opressões sistêmicas".

    Antissemitismo

    Elias Rodriguez matou dois diplomatas da embaixada de Israel em frente ao Museu Judaico, em Washington.

    Ao ser preso, declarou ter agido “por Gaza”, gritando “Palestina livre”. Em sua atividade digital, exaltava o Hamas, ameaçava judeus e publicava frases como “Votei no Hamas” e “Morte à América”.

    Apesar da motivação claramente antissemita e política, o enquadramento como extremismo foi diluído por parte da imprensa, que tratou o episódio como reação natural à guerra em Gaza.

    O assassino foi homenageado por ativistas e sua imagem convertida em símbolo de "resistência": camisetas, criptomoedas digitais e campanhas de apoio se espalharam entre grupos de esquerda radical.

    “Ganância corporativa”

    Luigi Mangione, autor confesso do assassinato do CEO da UnitedHealthcare, usou balas gravadas com mensagens contra as seguradoras: “delay”, “deny”, “depose”. No manifesto que deixou, atacava o sistema de saúde americano e denunciava a “ganância corporativa”.

    Seu crime, com motivação abertamente esquerdista, foi vendido à opinião pública como um grito contra um sistema injusto. A campanha “Free Luigi” angariou fundos e apoio entre universitários e jovens militantes, sendo tratado quase como um mártir.

    Ao mesmo tempo, manifestações ambíguas de figuras públicas associadas à direita — como um gesto ou uma frase solta — são imediatamente classificadas como “fascismo”, “ameaça à democracia” ou “extremismo de direita”.

    Política

    A discrepância não se dá pela gravidade dos atos, mas pela disposição política de quem julga.

    Esse fenômeno é sustentado por uma hegemonia progressista consolidada nas instituições culturais e informacionais — universidades, grandes redações, organismos multilaterais, ONGs e plataformas digitais — que passou a definir não apenas os termos do debate, mas os critérios morais de avaliação.

    Nessa lógica, qualquer ideia fora da ortodoxia social-democrata ou da agenda identitária é tratada como perigosa ou extremista.

    A elite progressista opera como casta iluminada que acredita deter o monopólio da verdade e da virtude.

    A rebelião das elites

    Como observou Christopher Lasch em A rebelião das elites, trata-se de um grupo “desvinculado das obrigações cívicas e hostil aos valores populares”, que projeta sobre a sociedade uma visão moralizante, mas profundamente autorreferente.

    Patrick Deneen, em Por que o liberalismo fracassou?, descreve essa elite como “antipolítica”, pois substitui a deliberação pública por consensos impostos de cima para baixo.

    Esse descolamento se revela não apenas na política, mas na identidade moral da modernidade.

    Alasdair MacIntyre, filósofo escocês falecido na semana passada, diagnosticou esse vazio em Depois da virtude, ao denunciar o “emotivismo” como a condição ética dominante do mundo moderno — uma cultura em que juízos morais se tornam expressões de preferência individual, não mais enraizadas em tradições compartilhadas ou fundamentos racionais.

    Bem e mal

    MacIntyre advertia que, quando a moralidade pública se reduz à emoção e à sensibilidade do momento, desaparece a possibilidade de distinguir o bem do mal de forma objetiva.

    A consequência inevitável, segundo ele, é a substituição do argumento moral pelo poder político e simbólico, onde vence quem controla os meios de narrativa e persuasão.

    É nesse ambiente que o rótulo de extremismo perdeu seu conteúdo objetivo.

    Não importam mais os métodos — ameaças, assassinatos, terrorismo — mas sim as bandeiras. Se são “progressistas”, recebem tratamento compreensivo; se são conservadoras, basta um gesto ou palavra para que se acionem os mecanismos de censura social e condenação pública.

    "Especialistas"

    O fenômeno conta ainda com o apoio de um aparato de “especialistas” que, em vez de esclarecer, funcionam como legitimadores de uma narrativa militante.

    Termos como “violência sistêmica”, “resistência legítima” ou “ódio estrutural” são empregados para racionalizar agressões físicas e até assassinatos, desde que praticados por grupos ou indivíduos associados a causas alinhadas ao pensamento progressista.

    Trata-se, como observou Curzio Malaparte em Técnica do golpe de Estado, da tendência dos regimes liberais a se tornarem autoritários quando ameaçados: “Nenhum poder é mais intolerante do que aquele que se crê moralmente superior”.

    Ao tratar qualquer crítica à esquerda como “discurso de ódio” e toda divergência como “ameaça à democracia”, esse sistema fragiliza os próprios fundamentos democráticos.

    A democracia exige liberdade para pensar diferente, julgar com critérios universais e distinguir atos violentos de ideias legítimas.

    Quando o julgamento do extremismo passa a ser ditado pela ideologia dominante, abre-se caminho não para a paz, mas para a justificativa da violência como método político aceitável — desde que venha do “lado certo”.

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