ONG desiste de ir para COP30: "Custos excessivos"
Há ofertas de até 1,6 milhão de reais nas plataformas de aluguel por um apartamento de 120 metros quadrados para os onze dias de evento

A ONG Morada Comum anunciou que não participará da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que acontecerá em Belém, no Pará, em novembro deste ano (na foto, a COP28, em Dubai).
"Os custos de hospedagem e logística se tornaram excessivos, e a falta de coordenação entre as várias iniciativas presentes comprometem a eficácia da participação das organizações", diz a ONG em comunicado.
De acordo com Nathalia Rocha, diretora da ONG, há ofertas de até 1,6 milhão de reais nas plataformas de aluguel por um apartamento de 120 metros quadrados para os onze dias de evento.
"Não conheço outras organizações que desistiram de ir ao evento, mas há uma porção que não tem certeza da participação devido aos altos custos com passagem e, principalmente, de hospedagem", diz Nathalia.
Pecuária de baixo carbono
A Morada Comum busca promover um ambientalismo pautado em maior autonomia para os cidadãos brasileiros e prosperidade econômica.
Um dos projetos busca uma pecuária de baixa produção de carbono.
Para novembro, a ONG organizou uma travessia simbólica do Rio Taquari, uma das regiões mais atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul.
A iniciativa busca ressignificar a relação de um povo com o seu rio, fortalecendo vínculos e reconstruindo esperanças.
Ambientalismo ideológico
Outro motivo que explica a desistência da Morada Comum de participar da COP30 é o viés de esquerda do evento, promovido pelo governo Lula.
"Optamos por redirecionar esses recursos para onde acreditamos que podem gerar impacto verdadeiro: no apoio direto a comunidades e na criação de um ecossistema ambientalista que inclua todos os espectros políticos, não só a esquerda. Investimentos concretos, que honram a confiança dos nossos doadores e transformam realidades", diz o comunicado da Morada Comum.
"Nossa ausência também é um gesto simbólico. A cada ano, as conferências do clima da ONU se tornam mais parecidas com vitrines de discursos e imagens oficiais do que espaços de avanço efetivo. Enquanto chefes de Estado discursam sobre proteção da Amazônia, o desmatamento cresce, inclusive no próprio Pará."
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