O revide do globalismo anti-Trump
No Canadá, na Austrália, no México e na Groenlândia, opor-se a Trump melhora aprovação e pode render votos

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (foto), conseguiu se manter no cargo após uma vitória inesperada do Partido Liberal, de esquerda, na segunda, 28.
Carney foi favorecido pelo presidente americano Donald Trump, que ameaçou anexar o país e impôs taxas de importação a produtos canadenses.
Com isso, os canadenses foram tomados por um sentimento nacionalista, que culminou com a derrota de Pierre Poilievre, que era tido como o Trump canadense.
"Trump está tentando nos dividir para que os EUA possam nos conquistar. Isso nunca vai acontecer", disse Carney em seu discurso de vitória.
"Vamos apoiar países amigos e vizinhos que estão na mira de Trump em uma crise que não criamos. Os Estados Unidos querem nossas terras, nossos recursos, nossa água e nosso país", afirmou.
Ucrânia e México
Trump, o bilionário Elon Musk e os republicanos mais próximos do presidente se meteram indevidamente na política de vários países do mundo.
Em vários casos, o apoio deles acabou beneficiando os adversários e atrapalhou os aliados.
Em fevereiro, Trump atacou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nas redes socias, chamando-o de "ditador".
O americano disse que a aprovação do ucraniano era de apenas 4%.
Em março, Zelensky registrou um pico em sua aprovação, que subiu dez pontos, para 67%.
No México, que também foi afetado pelas tarifas de Trump, a presidente Claudia Sheinbaum, de esquerda, também teve um aumento na aprovação.
Ela era aprovada por 73% da população no final do ano passado. Passou para 85% em abril deste ano, o maior índice para um presidente mexicano em 30 anos.
Groenlândia
Trump afirmou que os Estados Unidos deveriam pegar a Groenlândia, território da Dinamarca.
“Precisamos da Groenlândia para a segurança internacional. Precisamos dela. Temos que tê-la”, afirmou Trump, em março.
O partido Demokraatit, de centro-direita, venceu as eleições com uma retórica anti-Trump.
Seu líder, Jens Frederik Nielsen, dizia que Trump era "a maior ameaça para a nossa independência política".
A sigla obteve 30% das cadeiras no Parlamento.
"O presidente Trump diz que os Estados Unidos querem ficar com a Groenlândia. Deixe-me ser claro: os Estados Unidos não ficarão com isso. Não pertencemos a ninguém. Nós determinamos o nosso próprio futuro", publicou Nielsen no Facebook.
Nielson assumiu o posto de primeiro-ministro no dia 7 de abril.
Austrália
O presidente americano é rejeitado por 68% dos australianos.
Quem mais se aproveitou disso foi o Partido Trabalhista, de esquerda, que atualmente está no governo com o primeiro-ministro Anthony Albanese.
Os trabalhistas têm se esforçado para associar o rival do Partido Liberal, Peter Dutton, às políticas trumpistas de corte do setor público.
Uma pesquisa feita pelo instituto Resolve Strategic mostrou que 35% dos indecisos estariam menos propensos a votar no Partido Liberal, de Dutton, devido à associação com Trump.
Nas pesquisas de opinião, os trabalhistas estão quatro pontos à frente dos liberais.
As eleições estão marcadas para 3 de maio.
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