Pedro ou o Anticristo? As profecias apocalípticas sobre a sucessão papal
São Malachias teria recebido uma visão após uma viagem a Roma, permitindo-lhe elaborar uma lista dos papas até o retorno de São Pedro, sinalizando assim o fim dos tempos

O falecimento do papa Francisco, ocorrido nesta segunda-feira, 21 de abril, acirrou as especulações sobre quem assumirá a liderança da Igreja Católica durante este período conhecido como "Sede vacante".
Historicamente, esta fase é marcada por uma série de teorias sobre o futuro do Vaticano, incluindo algumas que reavivam crenças e predições obscuras.
Entre essas, destaca-se a profecia de São Malachias, que, segundo relatos, teria recebido uma visão após uma viagem a Roma, permitindo-lhe elaborar uma lista dos papas até o retorno de São Pedro, sinalizando assim o fim dos tempos.
A profecia dos papas
A Profecia dos papas é uma lista de 112 breves lemas em latim que supostamente descrevem todos os papas, começando por Celestino II (eleito em 1143) até o último papa, que seria chamado de "Petrus Romanus" (Pedro Romano).
O último lema diz algo como:
"In persecutione extrema S.R.E. sedebit Petrus Romanus..."
("Durante a extrema perseguição à Santa Igreja Romana, reinará Pedro Romano...")
A profecia continua descrevendo que ele alimentará o rebanho entre muitas tribulações, e que após isso, a "cidade das sete colinas" (Roma) será destruída e o Juiz terrível julgará o povo — o que muitos interpretam como uma referência ao fim dos tempos e à vinda do Anticristo.
Segundo interpretações de teólogos contemporâneos, essa previsão poderia se concretizar entre os anos de 2027 e 2033.
De acordo com os registros dessa profecia, o último papa mencionado seria justamente Francisco. A primeira menção da obra ocorreu no final do século XVI, quando um monge beneditino chamado Arnold Wion publicou um texto descrevendo as predições de Malachias.
As interpretações das predições
As coincidências encontradas nas máximas atribuídas aos papas posteriores são notáveis. Por exemplo, Pierre Roudil destaca que a precisão das características dos papados começa a se intensificar após Pio VI, falecido em 1799.
O papa Pio VII é descrito como "Aquila rapax" (ou "águia rapace"), refletindo suas relações tumultuadas com Napoleão Bonaparte.
Outro caso é o do papa Inocêncio XII cuja designação – "o rastelo à porta" – remete às armas da família Pignatelli, de onde ele provinha.
No entanto, cada máxima suscita diversas interpretações. A associada ao papa João Paulo II é chamada "de labore solis", sendo considerada por alguns estudiosos como uma alusão à sua origem polonesa ou mesmo ao ascenso da monarquia espanhola coincidente com sua eleição.
Essa multiplicidade interpretativa ressalta a complexidade das mensagens atribuídas a Malachias.
O que dizem historiadores?
Os estudiosos geralmente acreditam que essa profecia foi forjada no século XVI, provavelmente por alguém ligado ao Conclave de 1590, para influenciar a eleição papal. Antes disso, não há registro histórico dessa lista.
Muitos lemas parecem coincidir bem com os papas anteriores a 1590, mas os lemas seguintes são vagos ou genéricos, o que levanta suspeitas de que a lista foi "escrita para trás".
Adicionalmente, a ausência de menção à profecia por São Bernardo de Clairvaux – contemporâneo e biógrafo de Malachias – gera questionamentos sobre sua veracidade.
Relação com o Anticristo
Há também a interpretação de que o último papa estará ligado ao Anticristo.
A associação entre o fim do papado e a vinda do Anticristo aparece em outras obras apocalípticas e proféticas, como os escritos de Nostradamus , algumas interpretações de Daniel e Apocalipse, onde se fala de um líder religioso corrompido nos tempos finais (às vezes identificado como um "falso profeta").
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Comentários (1)
Luiz Filho
2025-04-23 13:01:02Depois que o papa Francisco elogiou e defendeu luladrão e Dilma Rousseff ( ela era uma pessoa boa) acho que a profecia o colocou como o anti Cristo