Presidente sírio beija a mão do seu financiador
Erdogan reiterou a posição turca de combate ao grupo étnico dos curdos na fronteira com a Síria, em primeiro encontro oficial com al-Sharaa
O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, foi até a capital turca para o primeiro encontro oficial com o presidente Recep Tayyip Erdogan, responsável por promover a investida do Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) contra o ditador deposto Bashar Assad no fim do ano passado.
Antes chamado por Mohammed al-Jolani, seu nome de guerra, o agora líder sírio conversou na posição de chefe de estado sírio para discutir soluções econômicas visando a reconstrução do país.
Diferentemente da recepção para outros chefes de estado, Erdogan tratou a presença de Sharaa com discrição.
Segundo o gabinete do presidente turco, a conversa girou em torno da recuperação econômica do país vizinho, além da garantia da segurança e estabilidade nos primeiros meses desde a queda do regime.
Erdogan, porém, usou o encontro para reforçar a posição turca de combate ao grupo étnico dos curdos, cujas milícias são apoiadas pelos Estados Unidos.
"Eu disse [a Sharaa] que estamos prontos para fornecer o apoio necessário à Síria na luta contra todos os tipos de terrorismo, seja o Daesh ou o PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão]".
Os curdos representam uma população entre 25 a 35 milhões em cinco países diferentes, incluindo a Turquia e a Síria.
Historicamente, os turcos e o grupo étnico travam batalhas próximas à fronteira da Síria.
Erdogan também ofereceu a Sharaa a possibilidade de ajudar a administrar as prisões nas quais estão os ex-combatentes do Estado Islâmico no norte da Síria.
Atualmente, os cárceres estão sob responsabilidade das Forças Democráticas Sírias (SDF), lideradas pelos curdos da Unidade de Proteção Popular (YPG).
Apesar de Erdogan ter patrocinado o HTS contra Assad, o novo governo sírio rejeita a ideia de que Ancara influenciará nas futuras decisões.
Shaara pretende demonstrar aos pares internacionais que não dependerá de nenhum agente externo para consolidar-se de fato no poder.
Esta foi a segunda visita oficial do presidente da transição fora de Damasco.
Nesta mesma semana, o líder sírio esteve com o ditador saudita, Mohammed Bin Salman, em Riad, onde sinalizou apoio para para aproximar-se da Arábia Saudita.
Leia mais: "O que o novo governo sírio quer com Bin Salman?"
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)