Esther Dweck contra o "rombo das estatais"
"O Tesouro não vai arcar com isso", defendeu-se a ministra da Gestão, que esteve com o presidente dos Correios no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, 31
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck (foto), voltou a negar nesta sexta-feira, 31, que o governo Lula tenha levado as estatais brasileiras a um "rombo" em suas contas. Segundo dados do Banco Central, as estatais federais encerraram 2024 com um déficit de 6,7 bilhões de reais, o maior da história.
"Hoje, o que foi apresentado pelo BC é resultado fiscal das empresas, que pensa só receitas e despesas do ano. Muitas despesas que são feitas pelas estatais são com dinheiro que estava em caixa. E, portanto, acaba gerando resultado deficitário, ainda que as empresas tenham lucro", justificou a ministra ao passar pelo Palácio do Planalto, onde acompanhou o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, em reunião com Lula.
"Das 11 empresas que têm déficit divulgadas hoje, nove têm lucro. Portanto, não tem rombo. O Tesouro não vai arcar com isso. É um resultado pelo fato de essas empresas estarem gastando dinheiro que têm em caixa, terem aumentado os investimentos", completou a ministra, detalhando que "foi um aumento de 44% em relação ao ano passado e quase 100% em relação ao ano de 2022".
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Correios e Telebras
Correios e Telebras, duas empresas públicas cuja privatização Lula cancelou ao retornar ao governo, enfrentam problemas financeiros, ao contrário do que leva a crer o discurso da ministra.
A Telebras acumula 200,7 milhões de reais em dívidas, de acordo com o balanço financeiro publicado em novembro. Entre os credores está a Eletronorte, que fornece energia elétrica e compartilha infraestrutura com a Telebras.
Já os Correios foram acusados de dar um calote de 2,7 milhões de reais no aluguel de um galpão logístico em Contagem (MG). Quem acusa é o Fundo de Investimento Imobiliário TRBL11 (Tellus Rio Bravo Renda Logística).
Os Correios registram o maior prejuízo de sua história em 2024, com déficit de 3,2 bilhões de reais. Até então, o recorde era de 2,1 bilhões de reias, em 2015, durante o governo Dilma Rousseff.
“Os Correios foram preparados para ser privatizados. Os Correios foram sucateados, não se tinha investimento em tecnologia", justificou-se nesta sexta-feira, o presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos. Segundo ele, as empresas do setor de logística têm investido em "robotização das operações" e em modernização, que justificaria investimentos contra o "sucateamento".
Fabiano Silva dos Santos foi indicado pelo grupo de advogados anti-Lava Jato Prerrogativas para a presidência dos Correios e é conhecido como o “churrasqueiro de Lula”.
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