O que a banda Village People faz nos comícios de Trump
Líder da banda que é ícone do público gay justificou presença em comícios do republicano
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), dançou a música Y.M.C.A com o grupo Village People na arena Capital One em Washington na noite deste domingo, 19.
O show antecede a posse no Congresso, que está marcada para o meio-dia desta segunda, 20, hora local (duas da tarde no Brasil).
Trump e seus eleitores adoram o grupo Village People.
Após o republicano fazer seu discurso de despedida da Casa Branca, há quatros, foi uma música do Village People que tocou em seguida.
A canção voltou a tocar várias vezes durante a campanha.
O grupo ainda terá outra apresentação na segunda, 20.
Sucesso há 30 anos
O grupo criado em 1977 foi febre na época da disco music e atraía bastante o público gay.
Seus membros dançam com roupas de diferentes profissões e personagens, que representam o que seria o "macho" americano: um índio, um caubói, um policial, um motociclista, um pedreiro e um soldado com uniforme camuflado.
Alguns usam roupas de couro, coladas ao corpo, ou tiram a camiseta.
Como o tempo passou, os membros do grupo preferem não mostrar tanto o corpo.
Ao apresentá-los na noite deste domingo, Trump precisou preparar o público: "Vocês não vão reconhecê-los, eles estão um pouco maiores do que eles costumavam ser. Mas é assim que é a vida".
Democratas e republicanos
Kamala Harris era a candidata preferida da atual formação, de acordo com o líder do grupo, Victor Willis (o policial).
Na semana passada, Willis publicou um longo texto no Facebook explicando a participação da banda nos eventos de Trump.
"Primeiro de tudo, nossas apresentações não são um endosso das políticas do presidente eleito, não importa que você diga em contrário. Dito isso, apoiamos que temos um novo presidente agora e todos nós devemos desejar-lhe o melhor até que ele nos dê uma razão para não fazê-lo. Mas vamos dar-lhe uma chance e ver o que ele vai fazer", escreveu willis.
"O presidente Obama, Clinton e Bush comparecerão à posse, assim como o presidente Biden e a vice-presidente Harris. Assim como Mark Zukerberg (Facebook), Jeff Bezos (Washington Post, etc.) e assim por diante. Você está condenando algum deles? Ou são apenas os artistas que você acredita que não devem comparecer ou se apresentar, e que nossos talentos devem ser preservados apenas para os democratas", escreveu o artista.
"Acreditamos que a música deve ser compartilhada por todo o espectro político e não preservada para um lado político. Mas aqui está a triste verdade: se nossa candidata preferida (Kamala Harris) tivesse vencido, o Village People nunca teria sido convidado para se apresentar em sua posse. Ela teria escolhido gente como John Legend e Beyoncé, etc", disse Willis, com humildade.
"Agora que o presidente Trump foi eleito, o Village People deve seguir a linha e dizer não a um convite para se apresentar? Como isso beneficia o Village People? Não. É simplesmente ódio de uma perspectiva política.
Vamos dar uma chance ao presidente Trump, independentemente do que você possa ter pensado sobre ele no passado. Vamos ver o que ele fará daqui para frente e se ele fizer coisas para restringir os direitos LGBTQ, o Village People será o primeiro a falar. Mas você não pode transferir seus problemas de direitos para os ombros do Village People", afirmou.
Willis também criticou duramente as pessoas que não queriam ver a banda nos comícios de Trump.
"Bem, um homem fez muito pelo povo da Village ultimamente. Seu nome é Donald J. Trump. Ele trouxe muita alegria ao povo americano com seu uso do Y.M.C.A. E você quer que o Village People deixe tudo isso de lado e não se apresente na posse dele? Negativo! Estamos fazendo a coisa certa ao nos apresentar e manter as opiniões políticas fora disso. Então, por favor, pare de empurrar suas opiniões políticas para o Village People", escreveu.
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