Fábrica da "droga da jihad" é encontrada na Síria
Captagon foi usado por terroristas do Hamas no ataque terrorista a Israel em 7 de outubro
Vídeos começaram a circular nas redes sociais nesta quarta, 11, de uma fábrica de captagon, a "droga da jihad", na Síria.
O canal Al Arabiya, da Arábia Saudita, também revelou imagens de sacos de comprimidos no chão do aeroporto militar de Mazzeh.
A produção e a distribuição dessa droga no Oriente Médio, na Ásia e na Europa foi impulsionada pelo ditador Bashar Assad, deposto no domingo, 8.
O tráfico de captagon foi uma importante fonte de renda para Assad e para o grupo terrorista libanês Hezbollah.
A droga, que age como uma anfetamina, é conhecida pelos terroristas por aumentar a resistência, reduzir o medo, controlar a dor e gerar euforia.
Também é conhecida como "cocaína de pobre" ou "Capitão Coragem".
Terroristas do Hamas que invadiram Israel no dia 7 de outubro fizeram uso do captagon. Comprimidos foram encontrados em seus corpos.
A Síria é o maior fabricante mundial e responde por 80% da produção.
Arma da jihad
O islamismo proíbe o uso de drogas que alteram o funcionamento do cérebro, principalmente o álcool.
Contudo, os clérigos ligados ao Hezbollah e ao ditador Assad afirmavam que o tráfico e o consumo de substâncias ilícitas eram necessários para a jihad.
Uma fátua, decreto religioso, emitida na década de 1980 pelo líder espiritual do Hezbollah, xeique Fadlallah, afirmou que o tráfico de drogas não seria pecado, mas uma arma na guerra contra os infiéis.
Além da Síria, também há produção de captagon no sul do Líbano, região que era controlada pelo Hezbollah.
O irmão de Assad
O ditador sírio usava o comécio ilegal de captagon para pressionar países árabes a aceitar uma reaproximação após o início da guerra civil, em 2011.
Mas a principal utilidade da droga era financiar o regime de Assad.
Uma das pessoas mais importantes no tráfico de captagon era o irmão de Bashar Assad, Maher.
De acordo com um documento do Departamento do Tesouro americano publicado em outubro, Maher comprou armas e veículos de um traficante de captagon, Khaldoun Hamieh.
Hamieh também já doou 1 milhão de dólares ao Hezbollah.
"O relacionamento próximo de Hamieh com Maher al-Assad, a Quarta Divisão (do Exército Árabe da Síria), o Hezbollah e outros traficantes de drogas permitiu que ele (Hamieh) contrabandeasse o captagon para países vizinhos do Oriente Médio a partir do Líbano e da Síria, ao mesmo tempo em que gerava receitas significativas para o benefício do regime sírio, do Hezbollah e dele próprio", diz a nota do Departamento do Tesouro.
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