Cai primeiro-ministro da França, indicado por Macron
Crise teve início em junho, quando o presidente Emmanuel Macron antecipou as eleições, sem qualquer necessidade
O primeiro-ministro da França, Michel Barnier (foto), foi deposto em um voto de desconfiança no Parlamento nesta quarta, 4 de dezembro.
Dos 574 deputados, 331 votaram pela derrubada do primeiro-ministro.
A moção de censura precisava de pelo menos 288 votos.
Culpa do Macron
A crise teve início quando o presidente Emmanuel Macron sentiu-se ofendido depois que sua coalizão centrista teve apenas 14% nas eleições para o Parlamento Europeu, em junho.
O presidente então dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições antecipadas.
Se ele não fizesse nada, as eleições ocorreriam apenas em 2027.
Nova configuração no Parlamento
O problema é que a nova configuração da Assembleia dificultou alianças.
O governo foi obrigado a negociar com o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen e Jordan Bardella.
Mas são os partidos de esquerda que formam a maior coalizão, embora não tenham obtido a maioria.
Esquerda e direita unidas
Na votação desta quarta, partidos da esquerda radical uniram-se aos de direita para derrubar Barnier, que tinha sido indicado por Macron.
Ele ficou apenas três meses no cago.
Na França, quando o partido do presidente tem a maioria no Parlamento, ele goza de plenos poderes.
Sem maioria
Contudo, quando seu partido não tem maioria, o governo fica a cargo do primeiro-ministro, que é indicado pelo presidente.
Como não tem maioria no Legislativo, o presidente precisa ser cuidadoso ao escolher o primeiro-ministro. Do contrário, se não houver um bom entrosamento com os principais partidos, o escolhido pode ficar pouco tempo no cargo. Foi o que aconteceu.
Macron escolheu um político de centro-direita, Michel Barnier, que acabou descontentando os dois lados do espectro político.
O Orçamento apresentado por Barnier foi rejeitado, o que levou ao voto de desconfiança, ou moção de censura.
Não há nenhuma garantia que um próximo primeiro-ministro seja capaz de ganhar a simpatia do Parlamento.
A atual crise francesa é obra de uma única pessoa: o presidente Emmanuel Macron.
Leia em Crusoé: Macron quer ser amado
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