Boric é denunciado por "divulgação indevida de imagens íntimas"

O presidente do Chile, Gabriel Boric, foi acusado formalmente de um suposto crime de divulgação indevida de imagens íntimas, segundo confirmou o procurador regional de Magalhães, Cristian Crisosto.

Os fatos investigados referem-se ao período entre julho de 2013 e julho de 2014, quando Boric realizava estágio na região de Punta Arenas e se relacionou com uma mulher.

Em setembro, o jornal MegaNoticias deu publicidade ao caso ao divulgar 25 mensagens trocadas entre o presidente e a vítima, que é maior de idade e alega ter a intimidade divulgada sem consentimento.

Ela afirmou ainda ter sido vítima de assédio sexual, o que não consta na acusação formalizada pelo procurador Crisoto.

O que diz a Presidência

A defesa do presidente chileno garante que "não houve relação amigável ou afetiva com esta mulher" e rejeitou as denúncias.

De acordo com comunicado assinado pelo advogado Jonathan Valenzuela Saldías, da Presidência, "desde o primeiro dia a suposta vítima tem recebido atenção e aconselhamento".

"Dez anos depois, o remetente dos e-mails apresentou denúncia sem qualquer fundamento contra o já presidente Gabriel Boric em 6 de setembro de 2024", destacou o advogado.

Boric afirma ser a verdadeira vítima do caso. 

Segundo ele, houve um "assédio sistemático" pela denunciante através da divulgação de 25 e-mails, incluindo em um deles "o envio não solicitado e consentido de imagens explícitas".

A defesa sustenta que a "mulher enviava insistentemente e-mails para Boric com declarações de amor, mesmo sem receber qualquer resposta"

Críticas da oposição

Boric já enfrenta um outro escândalo relacionado ao subsecretário do Interior do Chile, Manuel Monsalve, acusado de assédio sexual a uma mulher de 32 anos.

Monsalve era um dos políticos mais bem avaliados do país e está preso há duas semanas.

O secretário-geral do União Democrática Independente (UDI), Juan Antonio Coloma, afirmou que a denúncia formalizada contra Boric "levanta suspeitas".

Segundo líder do partido de oposição, "não é preciso ser muito perspicaz para perceber que as datas coincidiram com tempos políticos".

Juan Coloma disse ainda que "a denúncia era escondida", comparando com o 'Caso Monsalve'.