Vencedor nos EUA terá que negociar com Maduro, diz Maduro
"Estaremos aqui, não importa quem ganhe lá em cima", afirmou o ditador venezuelano ao comentar a eleição presidencial americana
O ditador venezuelano Nicolás Maduro afirmou na segunda-feira, 4, em seu programa semanal de televisão, que o vencedor nas eleições americanas "terá que conversar, dialogar, entender-se" com o seu regime.
"Quem chegar à Casa Branca, seja [o republicano Donald] Trump ou Kamala [Harris, candidata democrata], terá na Venezuela um governo revolucionário, um governo bolivariano, um povo bolivariano com o qual terá que conversar, dialogar, entender-se, por bons meios, sempre por bons meios."
"Estaremos aqui, não importa quem ganhe lá em cima, não interferimos nos assuntos internos dos Estados Unidos, simplesmente observamos, vemos e mantemos o nosso caminho", acrescentou o ditador.
Trump não reconheceu Maduro em 2019
Caracas e Washington não mantêm relações desde 2019, quando Donald Trump, enquanto presidente dos EUA, ignorou a primeira reeleição do ditador e reconheceu o ex-presidente da Assembleia Nacional venezuelana Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
"Hoje, estou reconhecendo oficialmente o presidente da Assembleia Nacional Venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. Em seu papel como único poder do estado devidamente eleito pelo povo venezuelano, a Assembleia Nacional invocou a constituição de seu país para declarar Nicolas Maduro como ilegítimo e o cargo da Presidência, consequentemente, vago. O povo da Venezuela falou corajosamente contra Maduro e seu regime e exigiu a liberdade e o estado de direito", declarou Trump em 23 de janeiro de 2019.
"Continuarei usando todo o poder econômico e diplomático dos Estados Unidos para pressionar pela restauração da democracia venezuelana. Nós encorajamos outros governos do Hemisfério Ocidental a reconhecerem o presidente da Assembleia Nacional Guaidó como presidente interino da Venezuela e trabalharemos construtivamente com eles para apoiar seus esforços de restauração da legitimidade constitucional", acrescentou.
Kamala e Biden também não reconhecem Maduro
A administração de Joe Biden e Kamala Harris também não reconheceu a farsa eleitoral elaborada por Maduro em 28 de julho.
Após o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ, na sigla em espanhol) declarar Maduro vencedor da votação sem o regime chavista apresentar as atas, o governo americano afirmou que a decisão "não tem credibilidade, dada a evidência esmagadora de que Gonzalez recebeu a maioria dos votos".
"As atas de apuração em nível distrital disponíveis publicamente e verificadas de forma independente mostram que os eleitores venezuelanos escolheram Edmundo Gonzalez como seu futuro líder. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada."
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