Rússia afirma ter recuperado duas vilas em Kursk
Desde agosto, as tropas ucranianas tomaram cerca de 100 vilas na província, avançando sobre mais de 1.300 quilômetros quadradosde área
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que recuperou duas vilas na província russa de Kursk que haviam sido ocupadas pela contraofensiva da Ucrânia iniciada em agosto.
Trata-se dos assentamentos de Novaya Sorochina e Pokrovsky. As forças russas recuperaram, ao todo, 14 vilarejos de Kursk.
Desde agosto, as tropas ucranianas tomaram cerca de 100 vilas na província, avançando sobre mais de 1.300 quilômetros quadradosde área.
No início de setembro, o comandante-chefe do Exército da Ucrânia, general Oleksandr Syrskyi, parabenizou a ofensiva ucraniana sobre o território da Rússia.
Em entrevista à CNN internacional no dia 5 daquele mês, Syrskyi disse que a invasão a Kursk “reduziu a ameaça de uma ofensiva inimiga. Nós os impedimos de agir".
"Movemos a luta para o território inimigo para que [a Rússia] pudesse sentir o que sentimos todos os dias”, acrescentou.
Ainda em agosto, um assessor do presidente Volodymyr Zelensky, Mikhailo Podoliak, já havia dado explicações sobre a contra-ofensiva.
"Nós precisamos infligir derrotas táticas significativas à Rússia", escreveu no X no dia 16.
"Na região de Kursk, nós vemos como o instrumento militar é usado objetivamente para convencer a Federação Russa a entrar em um processo de negociação justo", acrescentou.
Usar Kursk como moeda de troca em negociações por um acordo de paz, ou ao menos de um cessar-fogo ou armistício, é um motivo para a invasão. Mas também há outros.
Por que a Ucrânia invadiu a Rússia, por Duda Teixeira
Cerca de mil soldados ucranianos, bem preparados e equipados, invadiram a região de Kursk, na Rússia, na terça, 6.
A operação pegou os russos de supresa.
As fontes mais conservadoras afirmam que os ucranianos, usando blindados e drones, penetraram 5 quilômetros na Rússia. Outras falam em até 30 quilômetros.
Mais de cinco cidades foram conquistadas (foto) e os militares ucranianos se estabeleceram na região.
O ditador Vladimir Putin convocou seus generais para preparar um contra-ataque.
Os ucranianos entraram na região de Kursk, em primeiro lugar, porque viram uma oportunidade.
"Os ucranianos estão muito bem munidos com informações de inteligência. Eles viram que os russos estavam limpando as minas perto da fronteira. Então, aproveitaram para entrar no território russo. Foi uma operação de oportunidade", diz o analista militar Ricardo Cabral, do site História Militar em Debate.
Ao invadir o território vizinho, os ucranianos obrigam os russos a deslocar veículos e soldados de outras regiões.
"Os ucranianos geraram uma distração, que vai causar problemas para as Forças Armadas russas no geral", diz Cabral.
O objetivo dos ucranianos não é alcançar mais territórios na Rússia nem chegar até Moscou, o que seria impossível.
Aparentemente, essa ação tem um efeito principalmente midiático, porque eleva o ânimo dos ucranianos e mostra que as armas doadas por países do Ocidente estão tendo resultado no campo de batalha.
"Os ucranianos querem atrair a atenção dos Estados Unidos e da União Europeia, mostrando que são capazes de obter resultados com as armas doadas", diz Cabral.
A Ucrânia...
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