O que está acontecendo na "apuração" da eleição na Venezuela
A Sala Eleitoral do Tribunal Superior de Justiça da Venezuela concluiu a sua "apuração" das eleições presidenciais de 28 de julho no domingo, 18 de agosto. A Corte, controlada pelo chavismo, iniciou o processo a pedido do ditador, Nicolás Maduro. O objetivo é legitimar a declaração de vitória de Maduro por 51% dos votos feita...
A Sala Eleitoral do Tribunal Superior de Justiça da Venezuela concluiu a sua "apuração" das eleições presidenciais de 28 de julho no domingo, 18 de agosto.
A Corte, controlada pelo chavismo, iniciou o processo a pedido do ditador, Nicolás Maduro.
O objetivo é legitimar a declaração de vitória de Maduro por 51% dos votos feita pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no dia das eleições.
Órgão responsável por organizar as eleições, o CNE se recusou a publicar as atas das urnas, alegando ter sido alvo de um suposto ataque hacker, algo desmentido pela falta de evidências.
O processo de "apuração" do TSJ foi marcado pela opacidade. A coalizão unificada da oposição, a Mesa da Unidade Democrática, negou ter sido chamada para participar da perícia.
Como informou o site de notícias independente venezuelano Efecto Cocuyo em reportagem desta terça-feira, 20, "ainda não se sabe qual metodologia utilizam [na 'apuração'] e pouco se sabe quem são essas pessoas que, com uniformes e máscaras particulares, manipulam o material".
O processo é supervisionado pela presidente da Sala Eleitoral do TSJ, Caryslia Beatriz Rodríguez (foto). Antes de chegar à Corte, ela foi vereadora de Caracas pelo partido chavista, o PSUV.
Nesse contexto, Enrique Márquez, que se candidatou à Presidência em julho por um partido menor de oposição, protocolou uma ação pedindo a suspeição da juíza.
"Apresentamos um pedido de impedimento contra a presidente da sala eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça, Caryslia Beatriz Rodríguez, que está cuidando do caso, por seu manifesto vínculo político com o PSUV e com o presidente Nicolás Maduro, principal autor desta ação", afirmou Márquez em coletiva nesta terça.
"Uma juíza pode exercer a justiça de forma muito ruim se não for imparcial... Consideramos que efetivamente a senhora presidente da Sala Eleitoral está em situações suficientes de vínculo político e falta de imparcialidade para ser impedida", acrescentou.
Segundo a organização não governamental venezuelana Acceso a la Justicia, a "apuração" do TSJ serve para exercer controle sobre o processo eleitoral.
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Comentários (3)
Amaury G Feitosa
2024-08-21 12:42:00o TSE de lá é o "mêrmo" de cá ... nem a Salomé de Passe o Fundo acredita nesta balela ... por isto Maduro bosteja ao mundo que se ele cair Lula também cai? mistééééérios ...
Márcio Coimbra
2024-08-21 11:29:28Gosto de devaneios mas prefiro os fatos e os fatos mostram que, até hoje, nenhuma ditadura com real poder - como é o caso na Venezuela - dele abriu mão por vontade própria. Creio que não será agora.
ADRIANO
2024-08-20 21:41:50Quanto mais mexe, mais fede...