No poder, Maduro avança sobre ONGs com nova lei
A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada por Nicolás Maduro, aprovou, nesta quinta-feira, 15 de agosto, uma lei sobre a atividade de organizações não-governamentais (ONGs) e sem fins lucrativos. O texto obriga as entidades a informar a nacionalidade de seus doadores em um registro do regime, a ser supervisionado pelo Ministério do Interior. Em caso de...
A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada por Nicolás Maduro, aprovou, nesta quinta-feira, 15 de agosto, uma lei sobre a atividade de organizações não-governamentais (ONGs) e sem fins lucrativos.
O texto obriga as entidades a informar a nacionalidade de seus doadores em um registro do regime, a ser supervisionado pelo Ministério do Interior.
Em caso de descumprimento, as ONGs poderão pagar até 10 mil dólares, ou 55 mil reais.
A lei não define nenhuma punição ao financiamento estrangeiro dessas organizações.
A aprovação vem cerca de duas semanas após relatório do Centro Carter, uma entidade sem fins lucrativos americana, denunciar a fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho.
As ONGs e as entidades sem fins lucrativos não são as únicos alvos de Maduro.
Por que Maduro briga com o WhatsApp e o X
O ditador Nicolás Maduro (foto) pediu aos venezuelanos desintalarem o aplicativo WhatsApp de seus celulares na quarta, 7. Um dia depois, declarou que o X será bloqueado por dez dias.
Maduro usou diversos argumentos em sua guerra contra as duas plataformas digitais.
Contra o WhatsApp, Maduro disse que o aplicativo "está sendo usado para ameaçar a Venezuela".
"O WhatsApp entregou a lista de toda a Venezuela ao narcotráfico colombiano, ao imperialismo tecnológico, para que atacassem e enlouquecessem a família venezuelana", disse o ditador.
Contra o X, o ditador afirmou o bilionário Elon Musk teria violado "todas as normas da própria rede social, incitando o ódio, a guerra civil, o fascismo, a morte e o enfrentamento dos venezuelanos".
As razões pelas quais o ditador investe contra essas duas plataformas é bem mais simples.
X, antigo Twitter
O X, embora seja usado por apenas 10% dos venezuelanos, é a fonte mais usada para se obter informações sobre política e a mais empregada por jornalistas.
Também é bastante usada pelas ONGs que denunciam as violações de direitos humanos na Venezuela e os abusos do governo de Maduro.
Maduro também ficou ofendido com as ofensas que Elon Musk proferiu contra ele durante o período eleitoral.
"O burro sabe mais que Maduro", escreveu Elon Musk no dia 29 de julho. Depois, Musk ainda publicou outra nota alfinetando de novo o ditador: "Desculpe por comparar o pobre burro com Maduro. É um insulto ao mundo animal".
Em relação ao WhatsApp, essa é a rede mais usada pelos venezuelanos para se comunicar.
"Além da censura aos canais abertos de rádio e televisão, o governo entendeu que as pessoas estavam se informando sobre a realidade do país por meio do WhatsApp", diz Alí Daniels, codiretor da ONG Acesso à Justiça, em Caracas.
"Muitos meios nacionais difundem suas notícias pelo WhatsApp mais do que em seus sites, porque sabem que a rede é amplamente utilizada pela população", diz Daniels.
O WhatsApp não está proibido no país. Contudo, como a população tem medo do governo e está acostumada a sofrer extorsão dos policiais que pedem para olhar os celulares, alguns grupos de WhatsApp adotaram medidas preventivas, como adotar a opção de apagar as mensagens a partir de certo tempo.
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Comentários (1)
Magda
2024-08-16 04:59:39Esse cabeção acorda os piores instintos da minha alma...