O "time" de parlamentares jovens de esquerda nos EUA pode estar chegando ao fim
Considera a mais destacada e estridente ala da esquerda americana no Congresso dos EUA, o grupo de parlamentares conhecidos como "The Squad" (ou "O Time", em tradução livre) pode estar cavando seu próprio final, cerca de seis anos após o seu início. Dos nove membros do coletivo de parlamentares, dois já devem ter seus mandatos...
Considera a mais destacada e estridente ala da esquerda americana no Congresso dos EUA, o grupo de parlamentares conhecidos como "The Squad" (ou "O Time", em tradução livre) pode estar cavando seu próprio final, cerca de seis anos após o seu início. Dos nove membros do coletivo de parlamentares, dois já devem ter seus mandatos encerrados no final deste ano sem sua reeleição, em parte motivado pela postura da ala em relação à guerra em Israel.
Na semana passada, Jamaal Bowman perdeu a primária do Partido Democrata para George Latimer — este que irá disputar a 16ª vaga de representante de Nova York contra um nome republicano para substituir Bowman. Dias depois, Cori Bush perdeu primária similar no estado do Missouri para Wesley Bell.
Em comum, os membros mais à esquerda viram seus desafiantes dentro do partido receberam injeção de dinheiro de um fundo pró-Israel, como resposta às suas posições ante à guerra na Faixa de Gaza. Coordenado pelo American Israel Public Affairs Committee (Aipac),as doações para as campanhas de candidatos tiveram como estopim as falas dos parlamentares de que Israel estaria promovendo um ato de "limpeza étnica" contra palestinos.
Segunda a ser derrotada, Cori Bush viu Wesley Bell receber 7 milhões de dólares do Aipac para sua campanha, baseada justamente em combater a posição de Cori sobre o tema. "Acho que os comentários [dela] mostram uma falta de entendimento da nuance e das complexidades que está se formando há literalmente centenas de anos", disse Bell, ao abrir o desafio da campanha.
Em seu discurso onde reconheceu a derrota, na última quarta-feira, 7, a ainda parlamentar prometeu vingança. "Nada acontece na minha vida em vão. Então isso aconteceu porque devia acontecer e porque eu tenho um trabalho a fazer", disse ela aos apoiadores, antes de ameaçar: "Aipac, eu irei derrubar seu reino."
Ambos os parlamentares derrotados fazem parte da chamada "segunda geração" do "The Squad", que começou originalmente com Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), Rashida Tlaib (Michigan), Ilhan Omar (Minnesota) e Ayana Preslley (Massachusets), as quatro na foto que ilustram esta matéria. Conhecidas pela veia para redes sociais e pelo alinhamento com outras legendas de esquerda pelo mundo, o quarteto defende uma pauta conjunta pró-descarbonização, em prol da universidade grátis e contra a ação israelense —muitas vezes entrando em choque com o restante do próprio partido. Hoje, o grupo já conta com mais três mulheres e dois homens.
A lista de baixas pode crescer nos próximos meses, à medida que as outras parlamentares também lutam pela sua reeleição. AOC, como Alexandria é conhecida, disputa sua reeleição contra uma republicana no dia da eleição presidencial. Ilhan Omar também irá concorrer — ela venceu a primária democrática nesta terça-feira, 13, sendo a única do "Squad" a ter ampliado a vantagem contra um nome apoiado pelo Aipac.
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