Nem o aiatolá gostou da "Santa Ceia" olímpica
A avalanche de críticas no mundo inteiro ao uma cena da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, na última sexta-feira, 26, colocou a organização do evento contra o muro. O quadro kitsch ocorreu em uma cena com a participação de drag queens, um cantor como o deus grego do vinho, Dionísio, e uma criança. Durante...
A avalanche de críticas no mundo inteiro ao uma cena da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, na última sexta-feira, 26, colocou a organização do evento contra o muro. O quadro kitsch ocorreu em uma cena com a participação de drag queens, um cantor como o deus grego do vinho, Dionísio, e uma criança. Durante a apresentação, ficou evidente a semelhança com o quadro da Santa Ceia, um dos mais famosos de Leonardo da Vinci e uma das representações mais conhecidas de Jesus e seus apóstolos. Conservadores criticaram a deturpação do símbolo cristão em evento esportivo, de união, mas a crítica foi feita até pelo líder da extrema-esquerda francesa, Jean-Luc Mélenchon.
Nem mesmo o Aiatolá Ali Khamenei, o líder do Irã e uma das figuras que mais critica o modo de vida do Ocidente, se viu feliz com as cenas.
Respect for #JesusChrist (pbuh) is an indisputable, definite matter for Muslims. We condemn these insults directed at the holy figures of divine religions, including Jesus Christ (pbuh).#Olympic2024
— Khamenei.ir (@khamenei_ir) July 30, 2024
"O respeito por Jesus Cristo é um assunto indiscutível, definitivo para muçulmanos", disse Khamenei. "Condenamos estes insultos dirigidos à figuras sagradas de religiões divinas, incluindo Jesus Cristo"
Como há um sincretismo entre as duas relações — no Islã, Jesus é visto como um profeta da chegada de Maomé alguns séculos depois—, Khamenei se refere a Cristo com o acrônimo "PBUH", de "Peace Be Upon Him"("Que a paz esteja com ele", em português).
Após a saraivada de críticas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) se manifestou com o que pode parecer com um pedido de desculpas velado — mas que claramente não é.
“Claramente, nunca houve a intenção de mostrar desrespeito a qualquer grupo religioso. [A cerimônia de abertura] tentou celebrar a tolerância da comunidade”, disse a porta-voz do COI. “Acreditamos que essa ambição foi alcançada. Se as pessoas se ofenderam, nós realmente sentimos muito.”
Leia mais em Crusoé: Por que Geraldo Alckmin está no Irã?
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Comentários (1)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2024-07-30 15:47:15A posição do islã é paradoxal no que tange a Jesus, considerado um profeta, e seus seguidores, considerados infiéis, já que não seguem Maomé, e por isso devem ser submissos ou eliminados