PGR da Venezuela usa narrativa de sabotagem para acusar oposição a Maduro
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou os opositores Lester Toledo, Leopoldo López e María Corina Machado de envolvimento no “ataque ao sistema de transmissão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”, narrativa usada pela ditadura de Nicolás Maduro para acobertar a paralisação da contagem de votos, na farsa eleitoral da Venezuela. “Esses três aparecem como...
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou os opositores Lester Toledo, Leopoldo López e María Corina Machado de envolvimento no “ataque ao sistema de transmissão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”, narrativa usada pela ditadura de Nicolás Maduro para acobertar a paralisação da contagem de votos, na farsa eleitoral da Venezuela.
“Esses três aparecem como os principais responsáveis por esta ação que estou denunciando”, declarou Saab, outrora chamado por Hugo Chávez de “poeta da revolução” e atualmente líder de uma campanha de repressão contra críticos do regime, incluindo ordens de prisão sob alegações de traição da pátria e conspiração.
Durante um pronunciamento nesta segunda-feira, 29, Saab encampou a narrativa de Nicolás Maduro. Logo no início da sua fala, o membro do Ministério Público pediu um "forte aplauso" a Nicolás Maduro por "ter logrado esta reeleição com base no que estabelece a Constituição e a Lei.",
Saab disse que um ataque cibernético aos sistemas do CNE paralisou a contagem dos votos — e, menos de 24 horas depois do ocorrido, creditou o suposto ato a um "setor radical com um grande histórico de chamados à violência". Segundo o PGR, o Ministério Público irá "monitorar qualquer ato que pretenda iniciar uma escalada de violência para manchar a festa democrática que vivemos."
O presidente do CNE, Elvis Amoroso, ao anunciar a alegada vitória de Nicolás Maduro por volta da 1h da manhã (de Brasília), havia pedido a Saab por uma investigação contra “ações terroristas”.
“Queremos informar também que solicitamos de imediato ao procurador-geral da República que se inicie uma investigação sobre as ações terroristas perpetradas contra nosso sistema eleitoral, contra os centros de votação e contra funcionários eleitorais. Fazemos um chamado a todos os venezuelanos para que seja respeitada a Constituição, as leis da República e o mandato do povo expresso nas urnas de votação, assim como a paz em todo o nosso território”, disse Amoroso.
A fraude eleitoral liderada por Nicolás Maduro, na "eleição" deste domingo, misturou tudo o que o ditador poderia fazer para se manter no cargo: supressão de votos, impedimento de candidatos em se classificar, falta de transparência em seções eleitorais. Ditaduras — algumas com laços de amizade com Lula, caso de Cuba e da Nicarágua — correram para parabenizar Maduro. O Itamaraty cobrou o fim da apuração dos votos, sem no entanto criticar o ditador.
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