Como o atentado a Trump impacta a campanha nos Estados Unidos
O atentado ao ex-presidente Donald Trump (foto) neste sábado, 13, terá impactos profundos na campanha para as eleições de 5 de novembro, nos Estados Unidos. Na próxima segunda,15, começa a Convenção do Partido Republicano, em que Trump será consagrado como o candidato oficial da legenda. Como de costume, o candidato irá anunciar o nome do...
O atentado ao ex-presidente Donald Trump (foto) neste sábado, 13, terá impactos profundos na campanha para as eleições de 5 de novembro, nos Estados Unidos.
Na próxima segunda,15, começa a Convenção do Partido Republicano, em que Trump será consagrado como o candidato oficial da legenda. Como de costume, o candidato irá anunciar o nome do vice-presidente de sua chapa.
Se nada for alterado na agenda, Trump será louvado pelos seus seguidores com ainda mais entusiasmo, por ele ter sobrevivido ao atentado (quando o presidente republicano Ronald Reagan sofreu uma tentativa de assassinato, em 1981, sua aprovação subiu oito pontos percentuais).
É de se esperar ainda que os eleitores republicanos, que já estavam mais animados que os democratas, fiquem ainda mais motivados, o que pode aumentar o comparecimento às urnas no dia 5 de novembro.
Em um país onde o voto é facultativo, essa é uma mudança importante.
Do outro lado, pode-se esperar que o presidente Joe Biden seja obrigado a atenuar as suas críticas contra Trump, que estavam ficando cada dia mais agressivas.
Fenômeno parecido ocorreu no Brasil, depois que Jair Bolsonaro sofreu um atentado a faca em Juiz de Fora, em 2018. Naquele ano, todos os opositores de Bolsonaro passaram a poupá-lo de ataques, o que ajudou em sua eleição.
O atentado também irá ajudar Trump em seu discurso a favor da lei e da ordem.
O republicano andava criticando a permissividade dos democratas com os protestos em universidades americanas e o aumento da criminalidade nas grandes cidades. Segundo Trump, a violência é consequência de uma política frouxa na fronteira com o México.
A partir de agora, Trump terá mais um argumento para dizer que, durante o governo de Joe Biden, as forças de segurança não estão cumprindo o seu papel de manter a ordem no país.
Trump ainda será favorecido em seu esforço para se mostrar como vítima. Ele sempre se colocou como alguém que estava sendo perseguido pelo sistema (procuradores, advogados, jornalistas), que segundo ele queriam impedir seu retorno à Casa Branca.
Perde força também o argumento que vinha sendo usado pelos democratas para enfraquecer Trump. Biden vinha dizendo que um novo mandato de Trump na Casa Branca sepultaria a democracia americana e instalaria uma ditadura.
Um atentado contra um candidato ao cargo de presidente, contudo, passa uma mensagem diferente, a de que a democracia americana não estará sob risco no futuro, mas já está em perigo agora, durante a gestão de Biden.
"É incrível que esse tipo de coisa tenha lugar em nosso país", publicou Trump nas redes sociais após o atentado.
"Ele nunca vai parar de tentar salvar os Estados Unidos", publicou um dos seus filhos, Donald Trump Jr.
Por fim, se Trump subir nas pesquisas, cresce a chance de Biden desistir de tentar a reeleição.
A principal justificativa usada por Biden para se manter na corrida presidencial é de que ele é o único capaz de derrotar Trump, apesar de o democrata aparecer alguns pontos atrás nas pesquisas.
Sendo assim, o argumento de Biden, que já vinha sendo colocado em xeque, perderá ainda mais força.
A campanha americana não será mais a mesma.
Atualização: a participação de Trump na Convenção Republicana foi confirmada
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Comentários (1)
KEDMA
2024-07-14 11:14:43Os eleitores americanos possam fazer a melhor escolha para eles.