O problema de Macron? "jovem, bonito e inteligente demais", dizem seus assessores
Um perfil de Emmanuel Macron, publicado publicado logo após o segundo turno das eleições francesas no braço europeu do site Politico, dá o tom de como o presidente francês vê o mundo. Durante uma visita a China, o repórter tem a chance de uma conversa exclusiva com o chefe de Estado francês ainda no avião....
Um perfil de Emmanuel Macron, publicado publicado logo após o segundo turno das eleições francesas no braço europeu do site Politico, dá o tom de como o presidente francês vê o mundo. Durante uma visita a China, o repórter tem a chance de uma conversa exclusiva com o chefe de Estado francês ainda no avião. Ele pergunta em quem ele confia, com quem ele mais troca segredos.
Segundo o repórter em seu perfil, Macron parece não ter entendido a pergunta. O jornalista ainda dá uma mãozinha e sugere se não seria Brigitte, sua esposa e companheira de longa data, ou algum amigo. O assessor de imprensa acompanhando a conversa parece animado, o convence a responder. Mas o presidente pensa e, depois de uns segundos, responde apenas com um "eu mesmo".
A resposta ilustra bem parte das críticas feitas pela população francesa ao presidente de 46 anos em segundo mandato. O seu aspecto autoconfiante até demais seria uma ponta de narcisismo, de falta de confiança em nenhum outro nome por achar que eles são simplesmente inferiores a ele. Durante a viagem, outros assessores do círculo mais próximo de Macron dão respostas ainda mais inacreditáveis.
"Macron não escuta ninguém", diz um. "E ele realmente odeia perder."
Outro dá uma resposta ainda mais inacreditável. "Ele é um grande sedutor, ele quer seduzir a todos", começa o conselheiro. "Mas muitos na França têm um ódio pessoal e violento por ele...ele é jovem demais, bonito demais e inteligente demais para muitos franceses — e está no nosso DNA querer decapitar nosso líder."
“Ele realmente precisa ser amado, profundamente", diz um terceiro já em solo chinês, a curta distância do próprio Macron.
O presidente francês teria se consultado apenas consigo mesmo (e com um grupo de aliados que um assessor resume como "provavelmente 80% masculino, todos homens jovens que são fascinados por ele") para convocar eleições surpresa no país, após derrotas nas eleições europeias. Depois, precisou suar muito para evitar que a Reunião Nacional, partido de direita comandado por Marine Le Pen, conquistasse a maioria do Legislativo do país.
Foi apenas com a união de todos os partidos de esquerda, aliado a uma aliança com o próprio Ensemble (a coalizão liderada pelo seu partido) que Le Pen ficou fora do poder. Agora ele terá de coabitar o poder com a esquerda — e a extrema-esquerda, comandada por Jean-Luc Mélenchon.
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