Países dos Bálcãs são os irmãos-problema da Euro 2024
Após uma semana de jogos, a Eurocopa de 2024, realizada na Alemanha, se encaminha para o final da primeira fase com confrontos no início desta semana. com um futebol não muito animador, as polêmicas extra-campo acabaram chamando mais a atenção neste início de competição que o próprio futebol. As nações dos Bálcãs, que não são...
Após uma semana de jogos, a Eurocopa de 2024, realizada na Alemanha, se encaminha para o final da primeira fase com confrontos no início desta semana. com um futebol não muito animador, as polêmicas extra-campo acabaram chamando mais a atenção neste início de competição que o próprio futebol.
As nações dos Bálcãs, que não são as favoritas ao título, levaram suas décadas de ressentimento político umas com as outras para dentro do estádios e, assim, andam protagonizando um show próprio.
No primeiro jogo da competição contra a Itália, os torcedores da Albânia levaram para o estádio cartazes exortando a "Grande Albânia", um conceito que remete aos territórios que o pequeno país no mar Adriático considera historicamente como seus. Neles estão incluídos partes da Grécia, Kosovo, Montenegro, Sérvia e a maior parte da Macedônia.
As duas últimas nações reportaram o caso à Uefa, que organiza o evento, e a federação albanesa foi multada em 10.700 dólares (58,1 mil reais) pelos cantos nacionalistas. E ainda perderam para os italianos por 2 a 1.
O segundo jogo da Albânia foi ainda mais sensível — contra os croatas, que eram parte da república da Iugoslávia até os anos 90. Não houve confrontos entre eles, mas os torcedores albaneses não perderam tempo e, com 35 minutos de jogo, cantavam "matar, matar os sérvios". Novamente o país reportou o caso à Uefa, que analisa a questão.
Os torcedores sérvios também armaram das suas: a Inglaterra venceu a seleção por 1 a 0, em um jogo marcado por brigas entre torcedores dos dois países do lado de fora do estádio. Os hooligans ingleses provocaram os sérvios gritando "Kosovo", uma república que é reconhecida por parte da comunidade internacional como independente. O Brasil e outros 160 países entendem que o Kosovo, no entanto, é parte da Sérvia, o que torna o tema sensível para o governo de Belgrado, consequentemente para seus torcedores.
Um jornalista kosovar cobrindo a Euro, Arlind Sadiku, acabou seno proibido de acompanhar a Euro nos estádios por provocar os torcedores sérvios antes do jogo. Seu gesto invocou a águia de duas cabeças, símbolo da Albânia e da resistência do Kosovo ao domínio sérvio.
UEFA has banned Kosovar journalist Arlind Sadiku from reporting on Euro 2024 matches and revoked his accreditation for making the Albanian eagle hand gesture in front of Serbian fans, according to local media reports.pic.twitter.com/GDigD5DNVq
— kos_data (@kos_data) June 19, 2024
Nenhum jogador, no entanto, comemorou usando este símbolo. Na Copa de 2018, um jogador de origem albanesa comemorou assim um gol contra a Sérvia — a Fifa apenas o multou.
Os países balcânicos não foram os únicos a tratar de política perto dos gramados. Os franceses também fizeram um apelo contra a extrema-direita no país.
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