Latitude#80 Teaser: Para que serve uma Apex em Cuba?
Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil fechou os escritórios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil, em Cuba e em Angola. Diretor da Apex nessa época, o cientista político Márcio Coimbra argumentou que não havia comércio bilateral que justificasse esses gastos. "Nós não tínhamos nenhum fluxo de comércio com Angola,...
Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil fechou os escritórios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil, em Cuba e em Angola.
Diretor da Apex nessa época, o cientista político Márcio Coimbra argumentou que não havia comércio bilateral que justificasse esses gastos.
"Nós não tínhamos nenhum fluxo de comércio com Angola, e não registramos nenhum aumento de fluxo. É muito mais importante ter escritórios de comércio em Bangalore, na Índia, ou em Singapura, onde o Brasil precisa ter presença", diz Coimbra, em entrevista ao podcast Latitude.
Para ele, os escritórios da Apex serviam muito mais para manter uma relação política com ditaduras e regimes autoritários.
"A Apex servia muito mais uma relação política do que efetivamente comercial. Para um país socialista, o que importa não é o comércio internacional. São as relações políticas que estão por trás disso", diz Coimbra.
Com a eleição de Lula em 2022, as relações com Cuba foram retomadas e o novo presidente da Apex, Jorge Viana, visitou a ilha comunista.
No ano passado, Viana integrou uma comitiva brasileira, que se encontrou com o vice-primeiro-ministro de Cuba, Ricardo Cabrisas Ruiz.
A ideia da viagem, segundo uma nota oficial, foi de estreitar os laços entre os países.
“O presidente Lula sempre deu grande importância às relações entre o Brasil e os países vizinhos da América do Sul, Central e Caribe. Estamos diante de um novo momento histórico da diplomacia brasileira e com muitas oportunidades para promovermos uma parceria estratégica entre Brasil e Cuba”, disse Jorge Viana, na ocasião. “Nos últimos seis anos, vivemos um apagão institucional do Brasil. Isso agora mudou com a volta da diplomacia presidencial.”
O sistema econômico socialista em Cuba, contudo, não permite que o país possa produzir o suficiente para exportar. A reforma do Porto de Mariel, feita pela Odebrecht com dinheiro do BNDES, tinha como objetivo criar um condomínio para empresas exportadoras, mas não houve qualquer progresso e nenhuma empresa brasileira se instalou na região.
O Latitude é um podcast semanal sobre os principais fatos da política internacional e da diplomacia brasileira que vai ao ar todos os sábados, às 18 horas.
O conteúdo integral do programa é exclusivo para assinantes de O Antagonista e da revista Crusoé, que poderão assisti-lo no YouTube.
LATITUDE, UM PODCAST PARA SITUAR VOCÊ NO MUNDO
Assista a um trecho do Latitude abaixo:
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (3)
Franco
2024-06-02 16:13:35O Lula, o PT e seus catervas são defuntos putridos que andam. Falta só enterrar e livrar o País dessa imundice moral e nefasta .
SERGIO SANTOS
2024-06-01 13:20:04POUCA VERGANHA É POUCO!!!!
MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA
2024-05-31 14:09:33NÃO EXISTE COMÉRCIO BILATERAL MAS EXISTE A CORRUPÇÃO PETISTA.