Dengue mata?
O epidemiologista e infectologista Carlos Starling explica em conversa para o Crusoé Entrevistas que "morrer por dengue é uma situação o tanto quanto absurda". Segundo ele, é possível evitar o quadro mais grave da doença com hidratação adequada, com os médicos acompanhando o paciente adequadamente. Só neste ano de 2024, o Painel de Monitoramento de...
O epidemiologista e infectologista Carlos Starling explica em conversa para o Crusoé Entrevistas que "morrer por dengue é uma situação o tanto quanto absurda".
Segundo ele, é possível evitar o quadro mais grave da doença com hidratação adequada, com os médicos acompanhando o paciente adequadamente.
Só neste ano de 2024, o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde calcula que 62 pessoas já morreram vítimas da dengue. Outras 279 estão sendo investigadas.
No ano passado, o Brasil bateu um recorde com cerca de 1.100 óbitos.
"Dengue mata por falta de orientação. Hoje essa é uma doença que pode ser controlada com hidratação, e com classificação correta. Nós temos protocolos muito bem definidos para evitar mortes por dengue", diz Starling.
Quando o paciente é corretamente monitorado pelos médicos, desde o início, a chance de óbito é muito baixa.
"A morte por dengue deveria ser uma exceção. Morrer 1.200 pessoas por dengue por ano no Brasil é um absurdo", diz ele.
Classificação dos pacientes com dengue
Quando um indivíduo com sintomas chega a uma unidade básica de saúde ou a um pronto-atendimento, ele é encaixado em quatro categorias, segundo a necessidade de atendimento.
O cuidado é maior com pacientes idosos, acima de 65 anos, diabéticos, hipertensos, com baixa imunidade, ou crianças com menos de 4 anos. "As crianças pequenas são muito vulneráveis, porque elas desidratam muito rápido", diz Starling. "Se começar com febre, mal-estar, dor abdominal, dor de cabeça, pode ser dengue. E a primeira coisa é começar a hidratação."
Os pacientes com quadros mais leves são classificados como grupo A. Para eles, a hidratação pode ser oral, em casa.
Os pacientes do grupo B já precisam ficar um pouco mais no hospital, para conferir o diagnóstico e manter-se bem hidratado.
O grupo C é aquele com pacientes que têm risco de ter complicações. Uma vez enquadrado nessa categoria, a pessoa já não retorna para casa e fica no hospital, para receber melhor atendimento.
O grupo D é o que tem pacientes com instabilidade clínica, comprometimento de alguns órgãos e alteração do estado de consciência.
Assista ao vídeo da entrevista com Carlos Starling:
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