Até onde vai a escalada iraniana contra Israel
Enquanto Israel é criticado por promover uma "escalada" na Faixa de Gaza, em resposta aos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, o Irã protagoniza uma escalada ainda mais perigosa, envolvendo outros países do Oriente Médio e os Estados Unidos, o que pode gerar um conflito maior. Antes do atentado, o Irã articulou um...
Enquanto Israel é criticado por promover uma "escalada" na Faixa de Gaza, em resposta aos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, o Irã protagoniza uma escalada ainda mais perigosa, envolvendo outros países do Oriente Médio e os Estados Unidos, o que pode gerar um conflito maior.
Antes do atentado, o Irã articulou um grupo chamado de "Eixo da Resistência", composto pelos grupos terroristas Hezbollah e Hamas, além de milícias xiitas no Iraque, na Síria, no Afeganistão, no Paquistão e no Iêmen.
O Eixo da Resistência contribuiu para o planejamento do Hamas dos ataques de 7 de outubro. Sabe-se que o Hezbollah libanês ajudou o palestino Hamas a se preparar para o atentado, com treinamento dos terroristas e fornecimento de armas.
Após o atentado, o Irã do aiatolá Ali Khamenei (foto) ordenou que os grupos sob o seu comando atacassem Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, no Oriente Médio. Na quarta e na quinta, dias 18 e 19, milícias xiitas iraquianas, apoiadas pelo Irã, conduziram ataques com drones e foguetes contra bases americanas no Iraque e na Síria.
No Iêmen, os houthis lançaram foguetes capazes de voar 2 mil quilômetros contra Israel. Os lançamentos foram interceptados pelo contratorpedeiro americano USS Carney. Do Líbano, o Hezbollah lançou foguetes contra Israel, em coordenação com o Hamas.
"O Irã é o maior beneficiado com essa guerra. Para os iranianos, foi positivo que o conflito com o Hamas torpedeou o processo de normalização que estava em curso entre Israel e a Arábia Saudita. Isso era considerado pelos iranianos como uma ameaça de segurança", diz Ali Fathollah-Nejad, diretor do Centro do Oriente Médio e Ordem Global, CMEG, em Berlim, Alemanha.
Mas essa ação regional iraniana deve ter um limite. "Por outro lado, o Irã teme uma guerra total com Israel e com os Estados Unidos, porque isso poderia colocar em xeque o regime teocrático no Irã. Então essa é uma linha vermelha para a República Islâmica, que não pode ser ultrapassada", diz Fathollah-Nejad.
Em último caso, caso a guerra saia do controle, o Irã ainda teria a opção de terminar sua bomba nuclear. Em setembro, a Associação de Controle de Armas, dos Estados Unidos, afirmou que o país está a apenas uma semana de ter urânio suficiente para a sua primeira bomba.
"Se o Irã usar sua reserva de urânio enriquecida em 60% e 20% para produzir urânio para bombas, com urânio enriquecido a 90%, teria o suficiente para cerca de seis bombas. Teerã poderia produzir o material para a primeira bomba em cerca de uma semana — um intervalo que permanece inalterado por meses — e para outras cinco bombas em cerca de um mês", diz a nota a Associação de Controle de Armas.
Assista ao vídeo da entrevista de Hillel Neuer, da ONG UN Watch, sobre o telefonema do presidente iraniano Ebrahim Raisi para o presidente Lula:
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