Entenda por que amanhã é um dia importante para a crise no Níger
A crise geopolítica na África Ocidental, que envolve mais de 400 milhões de pessoas, terá um dia decisivo neste domingo (6). A região está em turbulência há duas semanas, desde que uma junta militar tomou o poder no Níger, um importante aliado do Ocidente na luta contra o terrorismo e na produção de energia nuclear....
A crise geopolítica na África Ocidental, que envolve mais de 400 milhões de pessoas, terá um dia decisivo neste domingo (6).
A região está em turbulência há duas semanas, desde que uma junta militar tomou o poder no Níger, um importante aliado do Ocidente na luta contra o terrorismo e na produção de energia nuclear.
Este domingo marca o final do ultimato de sete dias da Comunidade Econômica dos Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que os militares deixem o poder.
Caso o contrário, a CEDEAO, principal bloco de integração econômica da região, afirmou em nota que “tomará todas as medidas necessárias [...] incluindo o uso da força”.
A ameaça não deve ser ignorada.
O braço militar do bloco, chamado de Grupo de Monitoramento da CEDEAO, realizou sete intervenções desde sua criação, em 1990.
Mais recentemente, em 2017, o Grupo de Monitoramento garantiu a transição de poder na Gâmbia em três dias de intervenção — Yahya Jammel, que governava o país havia duas décadas, não aceitava a derrota eleitoral no ano anterior.
Entretanto, há exemplos de operações mais duradouras e destrutivas.
A primeira intervenção, que ocorreu na Libéria sob guerra civil, perdurou de 1990 até o final do conflito, em 1996.
Há registros do Grupo de Monitoramento cometendo violações contra os direitos humanos nessa operação.
Em reação ao ultimato da CEDEAO, dois outros regimes de exceção, Mali e Burkina Faso, anunciaram apoio militar à junta militar do Níger em caso de intervenção.
O cientista político Gustavo Feddersen, da Universidade La Salle, acredita que o bloco intervenha apenas se perceber a presença de apoio interno no país.
“É preciso que algum segmento das Forças Armadas do Níger ou uma milícia civil dentro do país seja favorável à intervenção”, diz Feddersen.
Segundo ele, qualquer outro cenário deve implicar apenas em “operações militares de perfil bem mais baixo”, como bloqueio de fronteira e zonas de exclusão aérea.
CEDEAO já impõe sanções ao Níger desde a semana passada.
O bloco embargou todas as transações financeiras e comerciais, incluindo de matriz energética, dos países membros com o Níger.
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