Desembargadora fala em "militância" ao votar contra licença a professora que estuda feminismo
A Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia garantiu que uma professora de educação básica recebesse o direito de licença para cursar um doutorado em universidade federal, com o tema "mulher, gênero e feminismo". Apesar disso, a sessão —ocorrida na semana passada— ficou marcada por um embate com a relatora do caso, Rosita...
A Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia garantiu que uma professora de educação básica recebesse o direito de licença para cursar um doutorado em universidade federal, com o tema "mulher, gênero e feminismo".
Apesar disso, a sessão —ocorrida na semana passada— ficou marcada por um embate com a relatora do caso, Rosita Falcão, que acusou a professora de "militância" ao escolher tal objeto de estudo.
Ao tratar do questão, a magistrada (que votou por negar a licença) resolveu opinar sobre o curso, criticando a grade curricular que a cientista escolheu. "Realmente desconheço a utilidade disso no currículo do qual ela deve estar lecionando", disse, durante o julgamento, realizado no último dia 18.
"Essa senhora vai se licenciar em 'mulher, gênero e feminismo'. Isso é matéria para militância e não para doutorado, me perdoe, e acho que é mais um motivo para se negar...não tem sentido se permitir uma licença remunerada de dois anos para que ela vá estudar isso", disse.
Ao fim, Rosita disse achar que estava ficando "jurássica", por não aceitar esse tipo de concessão e fez críticas aos próprios alunos. "Eu sinto muito, eu respeito a posição da maioria, mas não consigo mudar e entender de outra forma."
A presidente da turma, Joanice Maria Guimaraes De Jesus, defendeu a escolha da professora. "O tema ''mulher e feminismo é o tema do século", defendeu — sendo rebatida na hora por Rosita: "Mas não pra sala de aula. O aluno é carente entender português, matemática, história, geografia..."
Ao fim, o direito a licença para especialização foi garantido. "Não podemos dar as costas para o interesse coletivo", disse o desembargador Francisco de Oliveira Bispo, único homem da sessão a declarar voto. "'Feminismo, mulher e gênero' é uma discussão atual [...] e devemos bater palma quando temos alguém da área de ensino que tem interesse em aprender e repassar o tema aos alunos."
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Comentários (3)
Amaury G Feitosa
2023-07-26 09:43:55Só agora as cortes perceberam que as universidades estão ideologizadas e sob doutrinação do ódio para o projeto de escravização da nação pelo comuno-fascismo? O caráter comunitário e universal das universidades deveria se pautar pelo humanismo jamais por "ismos" assassinos em desfavor da nação que a mantém para sua evolução jamais para o seu esmagamento.
KEDMA
2023-07-25 21:29:52Não sabia que precisava ir ao Tribunal para pedir uma licença para fazer um doutorado, independente do tema do mesmo?! Surreal.
MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA
2023-07-25 19:16:00QUE TEMA???? ISSO NÃO É TEMA. CONCORDO COM A DESEMBARGADORA ROSITA.