Dono do New England Patriots lança campanha contra antissemitismo
Comissário da OEA para monitorar e combater o antissemitismo, Fernando Lottenberg afirma que a situação vem se agravando nos EUA e no restante das Américas
Proprietário da maior franquia do futebol americano, o empresário Robert Kraft (foto) lançou uma campanha de US$ 25 milhões (R$ 130 milhões) no início desta semana para combater o antissemitismo nos EUA. "Você não ganha ao menos que todos estejam participando", disse Kraft, que é judeu, em entrevista à emissora americana CBS.
A campanha "Enfrente o ódio contra judeus" tem como símbolo um pequeno quadrado azul, representando o fato de o grupo compor menos de 2,5% da população americana. “Estamos pedindo a todos os americanos que usem este emoji [do quadrado azul] em seus iPhones, iPads e usem isso como um símbolo de que estão se associando a nós e lutando contra o antissemitismo”, disse o dono dos Patriots.
O anúncio de Kraft se deu menos de cinco dias após a organização não governamental Liga Antidifamação publicar um levantamento anual apontando um crescimento de 36% em incidentes antissemitas em 2022. A marcha supremacista em Charlottesville, em 2017, e ataques a sinagogas, como em Pittsburgh, no ano seguinte, expuseram o atual avanço do antissemitismo nos EUA.
"O que se imaginava como um cenário exclusivamente europeu, com atentados como os ocorridos em Toulouse, Bruxelas e Paris, entre outros, passou a ocorrer com frequência nos EUA", diz o comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o combate ao antissemitismo, Fernando Lottenberg.
Apesar da relevância da iniciativa de Kraft, Lottenberg alerta que o combate ao antissemitismo não pode depender apenas de filantropos. "Cabe ao Estado promover, de um lado, medidas educativas para que as novas gerações conheçam o que foi o Holocausto e a perseguição aos judeus e, de outro, puna as condutas racistas e antissemitas, na forma da lei de cada um", diz ele.
Organizações internacionais também devem participar do combate ao antissemitismo. "As organizações internacionais, como a OEA e a Comissão Europeia, assim como governos de alguns países vêm nomeando Enviados Especiais e Comissários encarregados de Monitorar e Combater o antissemitismo, aumentando a conscientização sobre o tema e propondo medidas concretas", diz.
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Comentários (1)
Maria
2023-03-30 02:23:36Já passou da hora do mundo tomar providências em relação aos ignorantes da extrema direita . Se isso não for parado já, será tarde de mais. !!!😣😣😣