Visita ao Monte do Templo 'joga combustível ao fogo' do Oriente Médio
O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou nesta terça, 3, o Monte do Templo, em Jerusalém. O passeio tem grandes chances de detonar protestos violentos e gerar conflitos diplomáticos para o recém-empossado governo de Benjamin Netanyahu. "O governo israelense do qual sou membro não se renderá a uma organização assassina vil. O...
O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou nesta terça, 3, o Monte do Templo, em Jerusalém. O passeio tem grandes chances de detonar protestos violentos e gerar conflitos diplomáticos para o recém-empossado governo de Benjamin Netanyahu.
"O governo israelense do qual sou membro não se renderá a uma organização assassina vil. O Monte do Templo está aberto a todos, e se o Hamas pensa que consegue me deter ao me ameaçar, que entenda que os tempos mudaram. Há um novo governo em Jerusalém!", escreveu Ben-Gvir em uma mensagem no Twitter. O texto foi publicado com a imagem dele e de seguranças caminhando no Monte do Templo, com o Domo da Rocha ao fundo (foto).
O Monte do Templo é considerado um dos lugares mais sagrados pelos muçulmanos. Lá estão, além do dourado Domo da Rocha, a Mesquita de Al-Aqsa, de onde a tradição islâmica acredita que o profeta Maomé subiu ao céu em uma escada milagrosa. O local fica sobre as ruínas do Templo de Salomão, reverenciado tanto pelos judeus como pelos cristãos. Logo abaixo está o Muro das Lamentações, área de intensa peregrinação judaica.
Judeus, cristãos e muçulmanos têm autorização para visitar os seus espaços, desde que seguindo as regras que definem comportamentos e reservam dias da semana específicos. Os judeus, por exemplo, podem ir ao Monte do Templo, mas não podem rezar no local. Na visita que fez nesta segunda, Ben-Gvir estava acompanhado de um judeu ortodoxo, o que é uma clara provocação.
No passado, rumores de que o governo de Israel estaria prestes a mudar as normas de visitação provocaram inúmeros protestos. Segundo os palestinos, a meta de Ben-Gvir é transformar a Mesquita de Al Aqsa em um templo judaico. Há anos, ele repete que judeus devem ser permitidos a rezar na área. É encrenca na certa.
O grupo terrorista palestino Hamas tinha ameaçado Ben-Gvir se ele seguisse com seus planos. Em seu site, nesta segunda, o Hamas convocou uma mobilização geral e disse que Ben-Gvir estaria "jogando combustível ao fogo". O ministro não se intimidou. Nesta terça, o Hamas divulgou um comunicado dizendo que considerou a provocação como um "comportamento criminoso".
Em 2000, a visita do político israelense Ariel Sharon ao Monte do Templo detonou a segunda intifada. O Hamas em seguida declarou um "dia de fúria" e pediu para que os palestinos atacassem postos militares em Israel. Ataques suicidas causaram a morte de centenas de civis israelenses. Ao longo de cinco anos, mais de mil israelenses e 3 mil palestinos morreram.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (3)
Ricardo
2023-01-04 10:09:18Grande Duda Teixeira, você é o cara. Parabéns por seus textos. Dá gosto de ler. Você faz a diferença.
José Leonardo
2023-01-03 13:27:34John Lennon estava absolutamente certo: imagine quantas guerras e suas vítimas teriam teriam sido evitadas no mundo? religiões
Franco
2023-01-03 13:07:46Em frente, Israel. A terra é sua da por Deus há séculos sem fim. Use suas armas Destrua. Não se pode ficar assim por séculos.