Valdemar contribui com golpismo e pede anulação de 67 milhões de votos
Por exigência de Jair Bolsonaro, o manda-chuva do PL, Valdemar Costa Neto, detonou uma bomba política de alta potência na tarde desta terça-feira, 21. Ao mesmo tempo, procurou se dissociar da explosão. Ele disse que o documento apresentado ao TSE, requerendo uma “verificação extraordinária” dos resultados da eleição, "não expressa a opinião do Partido Liberal"....
Por exigência de Jair Bolsonaro, o manda-chuva do PL, Valdemar Costa Neto, detonou uma bomba política de alta potência na tarde desta terça-feira, 21. Ao mesmo tempo, procurou se dissociar da explosão. Ele disse que o documento apresentado ao TSE, requerendo uma “verificação extraordinária” dos resultados da eleição, "não expressa a opinião do Partido Liberal". Seria apenas um relatório técnico, elaborado pelo Instituto Voto Legal. Valdemar também assegurou que seu único propósito é “contribuir para o fortalecimento a democracia do nosso pais”.
Tudo isso é balela. Não foi protocolado um mero “relatório técnico”. Valdemar iniciou um procedimento jurídico que não se limita a expor supostas falhas das urnas eletrônicas, mas tem uma meta bastante específica: anular 67 milhões de votos.
Vamos repetir: para "contribuir com a democracia", Valdemar e o PL, instados por Bolsonaro, propõem que 67 milhões de votos sejam jogados no lixo.
E o que aconteceria depois disso? Não se preocupe, os universitários contratados por Valdemar já fizeram as contas: o resultado da eleição seria revertido e Bolsonaro levaria a presidência, com 51% dos votos válidos.
Em nenhum momento a proposta indecente de Valdemar Costa Neto explicita o número de votos que se pretende anular. Ela diz, no entanto, que apenas 51 milhões de votos para presidente registrados em urnas "novas", fabricadas depois de 2020, deveriam ser computados. Subtraia-se esse número dos 118 milhões de votos válidos registrados pelo TSE em 30 de outubro e o resultado é 67 milhões – total de votos que, nunca é demais repetir, Valdemar e sua trupe desejam descartar.
O engenheiro Carlos Rocha preside o Instituto Voto Legal. Ele e seus colaboradores afirmam que é impossível auditar as urnas eletrônicas com fabricação anterior a 2020 porque todas elas receberam um único número de identificação na base de dados do TSE. Dessa forma, depois das eleições, não haveria como correlacionar cada boletim de urna ao equipamento específico que o produziu. Eventuais adulterações dos boletins ficariam encobertas.
É preciso pôr ênfase na palavra "eventual". Assim como todas as outras entidades que analisaram as eleições, do TCU às Forças Armadas, o Instituto Voto Legal não encontrou nenhum indício concreto de fraude. Alega que a simples hipótese de que maracutaias possam ocorrer já seria suficiente para a vontade expressa pela maioria dos eleitores seja desconsiderada.
Mas há um outro escândalo na abordagem "técnica" do Instituto Voto Legal. Se a impossibilidade de associar os boletins de votação às urnas é uma falha tão grave, não são apenas os votos para presidente que precisam ser anulados. A consequência lógica é que tudo que se fez nas urnas antigas precisa ser descartado. Como elas também foram utilizadas no primeiro turno, seria necessário revisitar as votações para governador, senador, deputado federal e deputado estadual.
Valdemar e seus consultores deveriam declarar que todo o processo eleitoral de 2022 foi uma grande perda de tempo. Tudo está sob suspeita. É preciso recomeçar do zero. Acontece que essa conclusão lógica não interessa ao PL, que elegeu a maior bancada de sua história. E não interessa a todos os outros políticos que conquistaram um cargo neste ano. A lógica e a isenção terminam onde começa a conveniência política.
A contestação das eleições feita por Valdemar não vai dar em nada. Ontem mesmo, o TSE exigiu que a mesma análise da votação feita para o segundo turno seja estendida ao primeiro turno. O prazo estabelecido foi de 24 horas, caso contrário o processo seria arquivado. O processo será arquivado.
As conclusões do Instituto Voto Legal também foram contestadas por especialistas. Eles observaram que o número de identificação não é a única maneira de vincular uma urna ao seu boletim de votação. Há outras informações que permitem fazer isso, do número da zona e da seção eleitoral à assinatura digital que é específica para cada equipamento.
Para os bolsonaristas fanáticos, no entanto, tanto o arquivamento do processo quanto a contestação das conclusões do Instituto Voto Legal só aumentam a certeza de que uma conspiração está em curso para roubar as eleições. São motivos adicionais para que se mantenham mobilizados, pedindo às Forças Armadas um golpe de Estado.
Esse é a grande realização de Valdemar Costa Neto. Apoiado em um parecer de duvidosa isenção técnica, ele fez o contrário de "contribuir para o fortalecimento da democracia". Na verdade, ele a pôs a democracia sob ameaça.
Valdemar fez aquilo que o seu histórico e a sua natureza tornavam previsível.
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Comentários (10)
Alexandre
2022-11-24 17:26:39O Bolsonaro é muito incompetente mesmo. O Trump só queria 11.870 votos, o Bolsonaro quer 67 milhões 🤣🤣🤣😂😂😂
Helder Baptista
2022-11-24 00:34:37Sugiro a seguinte solução: aqueles que acham que houve fraude nas eleições devem, como foma de protesto, não assumir os cargos para os quais foram eleitos.
Sergio
2022-11-23 14:14:11E também teriam de ser anuladas todas as eleições anteriores em que foram usadas as tais "urnas antigas", inclusive a do "mito...a urna que se poderia dar, principalmente a péssimos políticos que temos neste imenso Bananão, seria aquela na qual ninguém em vida quer investir...e assim não caminha a prosperidade, salvo dos que sempre encheram as burras em qualquer situação desde o advento da descobertura do Brasil. E falar em irresponsabilidade é pouco, há consequências piores puxando o novelo...
KEDMA
2022-11-23 13:54:39Essa é a “política” que se pratica no Brasil. Democracia, estado democrático de direito e outras pérolas ficam somente nos livros.
Renato
2022-11-23 13:46:47Se fosse escalado como centroavante do Brasil na Copa, Valdmar estaria mais adequado ao papel do que posando de sério e respeitável.
João Arthur Bonorino filho
2022-11-23 12:52:05Este bandido e sua gangue deveriam ser presos imediatamente pela irresponsabilidade e má-fé com as quais estão tratando a democracia brasileira e a falta de respeito com as instituições e com os eleitores. São uma gangue de bandidos da pior espécie e devem ser tratados como tal... E outra: Se fizessem outra eleição Bolsonaro perderia mais uma vez com margem ainda mais larga em função da sua rejeição que aumenta cada vez mais perante a população. Bandidos!!!
João Arthur Bonorino filho
2022-11-23 12:50:35Este bandido e sua gangue deveriam ser presos imediatamente pela irresponsabilidade e má-fé com as quais estão tratando a democracia brasileira e a falta de respeito com as instituições e com os eleitores. São uma gangue de bandidos da pior espécie e devem ser tratados como tal... E outra: Se fizessem outra eleição Bolsonaro perderia mais uma vez com margem ainda mais larga em função da sua rejeição que aumenta cada vez mais perante a população. Bandidos!!!
Mauro Santos
2022-11-23 12:29:05Psiu. Cá entre nós. O mensaleiro Valdemar vai nessa vigarice até 2 de fevereiro. Depois vai abraçar o chefão.
Marcelo Euripedes
2022-11-23 11:14:16Vamos fazer o raciocínio inverso. E se houve fraude? Esses votos estariam sendo jogados no lixo do mesmo jeito.
Rosele Sarmento Costa
2022-11-23 11:07:55Trumpismo à moda tupiniquim! Na Democracia quem perde tem que saber perder. Daqui a 4 anos tente novamente, ora bolas.