Centrão inflado na janela partidária é aposta na força dos velhos métodos a partir de 2023
Por mais que os articuladores políticos do Palácio do Planalto se esmerem em emplacar essa conveniente versão desde a sexta-feira, 1º, quando o prazo para o troca-troca de legendas foi encerrado, o aumento do poderio do Centrão na janela partidária não guarda relação com o “fôlego” demonstrado por Jair Bolsonaro nas recentes pesquisas, muito menos...
Por mais que os articuladores políticos do Palácio do Planalto se esmerem em emplacar essa conveniente versão desde a sexta-feira, 1º, quando o prazo para o troca-troca de legendas foi encerrado, o aumento do poderio do Centrão na janela partidária não guarda relação com o “fôlego” demonstrado por Jair Bolsonaro nas recentes pesquisas, muito menos com a eventual sensação de que o presidente poderá ser reeleito ou algo que o valha.
O cálculo elaborado pelos parlamentares que migraram para os partidos fisiológicos nos últimos dias é o de que os velhos códigos e métodos que sempre imperaram em Brasília vão voltar com toda a força a partir de 2023.
No curto prazo, por óbvio, a ideia dos atuais deputados e senadores é se valer das máquinas estaduais e federais – leia-se estrutura e recursos para a campanha – para obter condições mais vantajosas na briga pela reeleição. Mas as excelências jogam suas fichas de olho mesmo no futuro.
Entendem, por exemplo, que o papo de “concertação nacional” de Lula, na realidade um acordão 3.0 com Geraldo Alckmin, com tudo, vai empoderar sobremaneira quem tiver a bancada mais robusta no Congresso. Na linguagem política, significa mais cacife para negociar ministérios com “verba, caneta e tinta”, além de cargos estratégicos na Esplanada – e, convenhamos, operar no balcão de negócios da capital federal é o métier do Centrão.
Se Bolsonaro for reeleito, hipótese hoje menos provável em razão de sua rejeição de 55%, o sentimento é o de que governo seguirá manietado pelos ínclitos Valdemar Costa Neto (foto), Roberto Jefferson e congêneres. Caso a terceira via acorde e surpreenda até outubro, no mínimo haverá uma tentativa por parte do bloco de partidos de engessar o governo. Tudo vai depender, claro, da capacidade do ungido pelo centro de ceder ou não às chantagens de sempre.
Independentemente dos termos das negociações, os números da janela partidária mostram que o eleito, qualquer que seja ele, precisará necessariamente sentar-se à mesa com o Centrão.
Se somados os parlamentares de Republicanos, PL, PP e PSD ostentam hoje uma mega bancada composta por 219 parlamentares – 43% do Congresso. Sem o PSD, de Gilberto Kassab, seriam 173, número muito expressivo. Só o PL de Bolsonaro e Valdemar pulou de 33 para 73 deputados e se transformou no maior partido da Câmara antes mesmo das eleições.
A temporada de migrações não foi tão generosa com os demais partidos de grande e médio portes: PSDB, PSB e PDT encolheram de maneira sensível – perderam dois, sete e oito deputados, respectivamente. O PT, por sua vez, não saiu do lugar, ao permanecer como a segunda bancada da Câmara. Como as eleições de outubro dificilmente terão o condão de alterar substancialmente o quadro, a engrenagem está prontíssima e azeitada para girar a partir de 2023 em Brasília nos moldes acalentados pelo Centrão.
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Comentários (5)
Amaury G Feitosa
2022-04-05 11:15:58O futuro do Braziu é negro ... debaixo de taca da quadrilha anarco-clepto-conunazista ou dos profissionais do Centrão doutores em achacar um povo ignorante algoz de si mesmo por suicídio em massa nas urnas indevassáveis do Dr. Verboso e logo sob a curatela do ditador mor do circo que o canelau a rir da própria desgraça chama de dono do mundo.
Ayrton
2022-04-04 20:36:42Vamos mudar nas urnas essas ipoteses.
Marcia E.
2022-04-04 13:54:49Só queria saber por quê tanta gente ainda acha que um candidato deve ter experiência política para concorrer. Experiência no "Balcão de Negócios"? favorecimentos, desvio de verbas públicas etc.? MORO é meu candidato. Não tem experiência, mas tem ética, não é corrupto, é inteligente, sempre foi pago pela sua competência no trabalho.
JULIANA
2022-04-04 12:56:04Será que algum dia vai dar pra desfazer todo o estrago que o Bolsonaro causou? O Lula quebrou tudo e o Bolsonaro colocou fogo! E não dá pra contar com a sociedade pra não eleger esse bando de gente ruim...
Nilson
2022-04-04 12:40:14O povão pensa que votar em presidente é a solução pro país qdo na verdade o é preciso é oxigenar o congresso com politicos sérios e honestos. Enquanto sua composição continuar com uma maioria de ratazanas da política o presidente será sempre refém deste sistema a não ser que entre no esquema pra garantir a tal governabilidade, seja ele quem for. Quem elege os escroques é o povão desinformado, ignorante que troca o voto por uma promessa de vida melhor que nunca chega ou chegará.